Autor: gigibalielo1

  • Descontrole emocional: o que ele revela e como a inteligência emocional pode ajudar

    Descontrole emocional: o que ele revela e como a inteligência emocional pode ajudar

    Quem nunca passou por isso?

    Você segura, segura, segura… até que um comentário bobo faz você explodir. Ou então, um detalhe mínimo te faz chorar como se fosse o fim do mundo, e depois bate a culpa, o pensamento “não era pra tanto”, e a sensação de que você não tem controle sobre as próprias emoções.

    Se você se identificou, saiba: isso não faz de você uma pessoa “fraca”, “dramática” ou “exagerada”. Mas sim alguém humano que, como todo mundo, precisa aprender a lidar melhor com as emoções.

    E é aí que entra o conceito de inteligência emocional.


    Afinal, o que é descontrole emocional?

    O descontrole emocional acontece quando a gente reage de forma intensa e desproporcional às situações, sem conseguir regular o que está sentindo. Não é o sentir que é o problema, sentir é natural e necessário, mas o problema é quando as emoções tomam conta a ponto de prejudicar nossas atitudes, relações e nosso bem-estar.

    Exemplos simples:

    • Chorar descontroladamente após uma crítica leve.
    • Explodir de raiva por um erro pequeno do outro.
    • Sentir um medo enorme diante de uma situação que racionalmente você sabe que não justifica.
    • Ficar paralisado por ansiedade mesmo quando não há um perigo real.

    Essas reações não acontecem “do nada”. Muitas vezes, elas são o acúmulo de emoções não trabalhadas, de sobrecarga mental ou de padrões emocionais que a pessoa nunca aprendeu a entender ou a regular.


    E onde entra a inteligência emocional?

    Inteligência emocional é um conceito da psicologia que envolve a capacidade de perceber, entender, regular e expressar emoções de forma saudável.

    Não significa “controlar tudo” ou “não sentir”. Significa saber o que você está sentindo, de onde isso vem, como lidar com aquilo e como comunicar isso sem se machucar nem machucar o outro.

    Segundo o modelo de Daniel Goleman, a inteligência emocional envolve algumas habilidades chave:

    • Consciência emocional: perceber e identificar suas emoções.
    • Autorregulação: lidar com emoções intensas de forma equilibrada.
    • Motivação: usar as emoções para impulsionar ações positivas.
    • Empatia: reconhecer e respeitar as emoções dos outros.
    • Habilidades sociais: expressar emoções de forma construtiva nas relações.

    Por que a gente se descontrola?

    Existem várias razões… Às vezes é cansaço emocional, falta de sono, estresse acumulado, outras vezes, é porque crescemos em contextos onde não aprendemos a lidar com o que sentimos (aprendemos a reprimir ou a explodir).

    E muitas vezes, o descontrole é só um sinal de que há emoções ali dentro pedindo atenção há muito tempo. Quando não ouvimos, o corpo e a mente dão um jeito de “gritar” por nós.


    Como começar a fortalecer a inteligência emocional?

    1. Observe o que você sente, sem julgamento: Não tente logo “consertar” ou “melhorar”. Primeiro, reconheça: o que estou sentindo agora?
    2. Nomeie as emoções: Não é só raiva ou tristeza, pode ser frustração, vergonha, medo de rejeição, sensação de incompetência…
    3. Respire antes de agir: Dar um espaço entre sentir e reagir já é um passo enorme pra autorregulação.
    4. Cuide da base emocional: Sono, alimentação, pausas… um corpo sobrecarregado piora a regulação emocional.
    5. Se necessário, busque ajuda profissional: Psicoterapia é um espaço seguro pra entender padrões emocionais e desenvolver essas habilidades de forma consistente.

    Sentir é humano e regular é cuidado.

    Não existe pessoa que não se descontrole de vez em quando. Mas quando isso se torna frequente, causa sofrimento ou impacta suas relações, é hora de olhar com mais carinho pra isso.

    A boa notícia? Inteligência emocional se aprende.

    Com autoconhecimento, prática e apoio, é possível desenvolver uma relação mais saudável com as próprias emoções, e viver com mais leveza e presença, porque no fim, não se trata de não sentir.

    Se trata de sentir com mais consciência e escolher, com mais liberdade, como agir a partir disso.

  • Insegurança e medo na formação: até que ponto isso é normal?

    Insegurança e medo na formação: até que ponto isso é normal?

    Quem nunca se pegou duvidando de si no meio dos estudos?

    A cada nova etapa, como mudar de escola, entrar na faculdade, começar um estágio, a gente esbarra com um velho conhecido: o medo e a insegurança.

    A dúvida se estamos prontos, se vamos dar conta, se somos “bons o bastante”. E eu já quero começar te dizendo uma coisa: isso é normal e faz parte do processo de formação. Na psicologia, a gente entende que momentos de transição e crescimento natural trazem desconforto emocional.

    Se você sente medo ao encarar um novo desafio, ou insegurança ao se comparar com colegas, isso não significa que você “tem um problema” ou que não vai conseguir. Significa que você é humano e está se movendo para fora da sua zona de conforto, o que é necessário pra aprender.


    Por que sentimos medo e insegurança ao longo da formação?

    O medo é um mecanismo de proteção natural, e ele nos ajuda a avaliar riscos, a nos preparar melhor e a buscar apoio. Já a insegurança costuma surgir quando estamos diante de algo novo ou que exige habilidades que ainda estamos desenvolvendo.

    Exemplo simples: quando um estudante do Ensino Médio precisa apresentar um trabalho em público, é normal sentir medo. O corpo ativa reações de alerta, e o pensamento “e se eu errar?” aparece. Isso é esperado, a exposição é nova e desafiadora.

    Já na faculdade, um aluno que entra no estágio e se vê lidando com situações reais tende a sentir insegurança, mesmo tendo estudado. Isso não é sinal de que ele não serve para a profissão, é sinal de que está reconhecendo a responsabilidade do momento e ajustando suas expectativas e habilidades.


    Insegurança saudável x Insegurança limitante

    Um nível moderado de medo e insegurança tem função adaptativa: ele nos impulsiona a nos preparar melhor, a buscar mais conhecimento, a nos conectar com outras pessoas para obter apoio.

    Por outro lado, quando o medo e a insegurança passam a ser tão intensos que nos paralisam ou nos afastam de oportunidades importantes, é sinal de que algo merece atenção.


    Quando isso deixa de ser normal? (o que não seria esperado)

    • Quando o medo constante impede você de tentar novas experiências (ex.: recusar apresentações, evitar processos seletivos, não tentar um estágio por medo de fracassar).
    • Quando você sente que nunca é bom o bastante, mesmo com evidências concretas de que tem competência.
    • Quando o medo do julgamento alheio domina suas decisões a ponto de você abrir mão de sonhos e metas.
    • Quando crises de ansiedade intensas aparecem toda vez que você é colocado diante de situações comuns no contexto acadêmico.

    Se você se identifica com situações assim com frequência, vale a pena procurar apoio profissional. Psicólogos podem ajudar a diferenciar um medo natural de um quadro que precise de intervenção e suporte.


    Resumindo: é normal sentir medo e insegurança no processo de formação

    O que não é saudável é viver refém disso, deixando de experimentar e de crescer. Você não precisa ser perfeito(a) e muito menos se sentir 100% seguro(a) o tempo todo. Nenhum estudante se sente, né? O aprendizado é um caminho que exige coragem, e sentir medo no meio desse caminho só mostra que você está, de fato, se movendo…

  • Como saber se meu filho precisa de terapia?

    Como saber se meu filho precisa de terapia?

    Uma dúvida muito comum entre pais e responsáveis é: “será que meu filho precisa de terapia?”

    Muitas vezes, o comportamento das crianças muda com o tempo ou diante de situações novas, o que é absolutamente normal no desenvolvimento. Mas em alguns casos, certos sinais merecem atenção e podem indicar que um acompanhamento psicológico seria importante.

    Antes de tudo, é importante entender que a terapia infantil não é apenas para casos graves ou quando há um diagnóstico definido. Ela é um espaço de escuta, acolhimento e suporte para a criança lidar com emoções, comportamentos e situações difíceis, sempre com o acompanhamento ético e cuidadoso de um profissional especializado.


    Mas como perceber que algo merece atenção?

    Cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, personalidade e maneira de lidar com o mundo. Por isso, não existe uma “lista fechada” de quando levar à terapia, mas alguns sinais podem indicar que seria interessante buscar uma avaliação profissional:

    • Mudanças repentinas no comportamento: uma criança que antes era comunicativa e passa a ficar muito quieta, ou que era calma e passa a ficar muito agressiva, por exemplo.
    • Reações emocionais desproporcionais: explosões de raiva frequentes, choros excessivos, medos que interferem nas atividades do dia a dia.
    • Dificuldades persistentes na escola: queda no rendimento, dificuldade de concentração, conflitos com colegas ou resistência em frequentar o ambiente escolar.
    • Problemas de sono ou alimentação: insônia, pesadelos frequentes, perda ou aumento excessivo do apetite sem causa médica aparente.
    • Dificuldade de lidar com mudanças ou perdas: separação dos pais, morte de um familiar, mudança de escola ou de cidade.
    • Sintomas físicos sem causa médica aparente: dores de cabeça ou de barriga frequentes, queixas somáticas associadas a situações emocionais.

    Exemplo real do dia a dia:

    Imagine uma criança que sempre foi sociável, gostava de brincar e de interagir com outras crianças. Depois de uma mudança de escola, ela passa a se isolar, a chorar sempre que precisa ir para a aula e a apresentar dores de estômago constantes. Nesse caso, buscar uma avaliação com um psicólogo infantil pode ajudar a entender o que está acontecendo e a apoiar a criança no processo de adaptação emocional.

    Outro exemplo: uma criança que vivenciou a separação dos pais e começa a demonstrar muita raiva, dificuldade de dormir e comportamentos regressivos (voltar a fazer xixi na cama, por exemplo). Aqui, a terapia pode ser um espaço importante para ajudá-la a elaborar os sentimentos envolvidos.


    Terapia não é apenas para “resolver problemas”

    Vale reforçar que a terapia infantil também tem um papel preventivo e de promoção de saúde emocional. Ela ajuda a criança a desenvolver habilidades de autoconhecimento, de regulação emocional e de relacionamento interpessoal, aspectos fundamentais para seu bem-estar no presente e no futuro.

    Assim como cuidamos da saúde física, cuidar da saúde emocional desde a infância é um investimento importante. Buscar um psicólogo não é sinal de fracasso dos pais, nem de que a criança “tem algo errado”. Pelo contrário, é um ato de cuidado, amor e responsabilidade.


    Se houver dúvidas, busque orientação

    Se você tem percebido mudanças no comportamento ou no bem-estar emocional do seu filho e está em dúvida se a terapia seria indicada, o melhor caminho é conversar com um profissional de psicologia infantil. Ele poderá avaliar de forma ética e cuidadosa se há necessidade de acompanhamento terapêutico ou se outros tipos de apoio seriam mais indicados no momento.

    E é sempre importante lembrar: cada criança é única, e não existe um manual que sirva para todas. O importante é estar atento(a), sensível e disposto(a) a buscar ajuda quando perceber que ela pode ser necessária.

  • Banalização dos diagnósticos: quando saúde mental vira rótulo

    Banalização dos diagnósticos: quando saúde mental vira rótulo

    Hoje em dia, é cada vez mais comum ver alguém dizendo nas redes: “sou assim porque tenho TDAH”, “é que sou borderline mesmo”, “todo mundo tem um pouco de ansiedade hoje em dia”. De um lado, é maravilhoso que a saúde mental esteja se tornando um assunto mais aberto e presente nas conversas, mas existe um cuidado importante aqui: a banalização dos diagnósticos.

    Quando termos clínicos sérios começam a ser usados de forma solta, como rótulo ou justificativa rápida pra tudo, corremos o risco de transformar transtornos em modismo , e isso acaba sendo perigoso tanto pra quem realmente precisa de ajuda quanto pra quem busca se entender.

    O que é a banalização dos diagnósticos?

    A banalização acontece quando conceitos como ansiedade generalizada, TDAH, borderline, depressão, entre outros, passam a ser usados de forma exagerada, sem critério, e principalmente sem avaliação profissional.

    Isso acontece muito quando a pessoa lê um post, assiste um vídeo ou vê um meme sobre determinado transtorno e automaticamente se identifica, acreditando que “se encaixa” no quadro, mas a psicologia é muito mais complexa do que isso, e um diagnóstico envolve muito mais do que uma lista de sintomas.

    Mas por que isso acontece tanto hoje?

    Atualmente, temos um acesso gigante a conteúdos sobre saúde mental, o que é ótimo, mas nem todo conteúdo que circula nas redes tem base técnica ou é passado de forma responsável.

    Além disso, existe um desejo legítimo das pessoas de entenderem o próprio sofrimento, de colocarem um nome naquilo que sentem, mas o problema é que quando esse “nome” vem sem orientação adequada, sem avaliação clínica, ele acaba trazendo mais confusão do que clareza.

    Muitas vezes, ter um diagnóstico autodeclarado gera um alívio momentâneo, mas também pode levar à estagnação ou a uma falsa sensação de que não há mais nada a fazer além de “aceitar que sou assim”.

    E quais os riscos dessa banalização?

    O maior risco é que a banalização tira o peso e a seriedade de condições clínicas que afetam profundamente a vida das pessoas. Quando todo mundo diz que tem um transtorno sem realmente ter passado por avaliação, quem realmente precisa de cuidado corre o risco de não ser levado a sério.

    Além disso, comportamentos que fazem parte da vida normal, como um dia difícil, uma semana mais agitada, um período de estresse, acabam sendo rotulados como “sintoma”, o que gera ainda mais ansiedade. Outro perigo é que muita gente deixa de buscar ajuda profissional, achando que já “sabe o que tem”, e com isso perde a chance de entender seu funcionamento de forma mais profunda e cuidadosa.

    Diagnóstico não é rótulo, é um instrumento de cuidado

    Um diagnóstico feito por um profissional capacitado não serve para rotular alguém, mas para ajudar a traçar um caminho de cuidado. Ele é fruto de um processo cuidadoso, que envolve avaliação clínica completa, história de vida, contexto social e emocional.

    Um diagnóstico sério orienta o cuidado, abre portas para um tratamento mais eficaz e ajuda a pessoa a se entender com mais gentileza. Não é uma etiqueta para justificar tudo o que a pessoa faz, nem um status pra carregar por aí.

    Informação com responsabilidade

    Falar sobre saúde mental é fundamental, e é maravilhoso ver que hoje as pessoas se interessam e conversam mais sobre isso, mas a gente também precisa lembrar que informação vem com responsabilidade, pois identificação não é diagnóstico e um post na internet não substitui uma avaliação clínica.

    Se você se identificou com algum conteúdo ou sente que precisa entender melhor o seu funcionamento emocional e mental, o caminho mais seguro é procurar um profissional qualificado. Psicólogos e psiquiatras são os profissionais indicados para te acolher e te ajudar nesse processo de forma ética e segura.

    Sua saúde mental merece mais do que um rótulo, merece cuidado de verdade!

  • TDAH não é só “falta de foco”: o que é e o que não é esse transtorno segundo a psicologia

    TDAH não é só “falta de foco”: o que é e o que não é esse transtorno segundo a psicologia

    Você vive se perguntando se tem TDAH porque não consegue focar, começa mil coisas e não termina nenhuma? Ou talvez ache que é só bagunça, preguiça, desorganização?

    Hoje em dia muita gente se identifica com sintomas do TDAH, mas pouca gente realmente entende o que é esse transtorno (e o que ele não é).

    Vamos falar disso com base no que a psicologia diz de forma clara, ética e acessível?

    O que é TDAH, segundo o DSM-5?

    O TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, ele começa na infância, mesmo que só seja diagnosticado mais tarde.

    De acordo com o DSM-5, o TDAH se manifesta por sintomas persistentes de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade, que causam prejuízos reais na vida da pessoa, e em mais de um contexto (por exemplo: estudos, casa, relações sociais, trabalho).

    Os 3 tipos mais comuns de apresentação:

    1. Predominantemente desatento: dificuldade em manter o foco, organização, memória de tarefas.
    2. Predominantemente hiperativo impulsivo: agitação motora, fala excessiva, dificuldade de esperar, impulsividade.
    3. Combinado: quando há características dos dois tipos acima.

    Importante: o diagnóstico não é feito por auto-observação ou “vídeo do TikTok”, e sim por avaliação clínica com critérios claros, duração mínima dos sintomas e início na infância.

    Mas por que tanta gente se identifica com os sintomas?

    Porque todo mundo tem momentos de desatenção, impulsividade ou agitação. Mas no TDAH, isso não acontece de vez em quando, acontece de forma persistente, em vários contextos e com impacto real na vida da pessoa (relacionamentos, desempenho acadêmico, autoestima, etc).

    Exemplos que vão além da “distração”:

    • A pessoa quer estudar, mas o cérebro parece “mudar de canal” sozinho;
    • Começa mil projetos e se frustra por nunca terminar nenhum;
    • Esquece compromissos mesmo com lembretes e alarmes;
    • Se cobra o tempo todo por não conseguir “funcionar como os outros”;
    • Sente uma agitação interna constante, mesmo quando o corpo está parado;
    • Vive no ciclo culpa → tentativa de foco → frustração → culpa de novo.

    E o tratamento?

    O TDAH pode ser tratado com acompanhamento psicológico, estratégias de manejo do comportamento, organização da rotina e, em alguns casos, medicação prescrita por médico psiquiatra.

    O importante é lembrar:

    • Não é moda, não é desculpa, não é preguiça.
    • Mas também não é algo pra se autoatribuir sem avaliação.

    Diagnóstico não é rótulo, é cuidado

    Se você se identificou com muitos pontos, o ideal é procurar um profissional da psicologia ou psiquiatria. O TDAH não define quem você é, mas entender seu funcionamento pode te ajudar a ter mais compaixão por si e criar estratégias mais alinhadas com a sua realidade.

    E por fim, acho importante reforçar: Você não é bagunçado, só precisa entender melhor como seu cérebro funciona… E isso, por si só, já muda muita coisa!

  • Sono bagunçado, emoções bagunçadas: como dormir mal bagunça a cabeça também

    Sono bagunçado, emoções bagunçadas: como dormir mal bagunça a cabeça também

    Você já acordou cansado, irritado e sem paciência mesmo tendo dormido umas 7, 8 horas? Ou então acorda já com a mente acelerada, esquecendo o que ia fazer, querendo chorar por qualquer coisa?

    Pois é. Quando o sono tá bagunçado, não é só o corpo que sente, mas a mente também fica toda desorganizada.

    E sim, tem explicação pra isso! Vamos falar sobre como dormir mal mexe com seu emocional (e não só com sua energia).

    Dormir não é só “desligar o corpo”

    Enquanto você dorme, seu cérebro fica a todo vapor, organizando memórias, regulando hormônios, processando emoções que você nem percebeu durante o dia.

    Quando esse processo é interrompido (seja por insônia, sono picado, mente acelerada, celular na cara até 1h da manhã), é como se seu emocional ficasse com várias abas abertas sem dar conta de nenhuma.

    Resultado?

    • Ansiedade mais intensa no dia seguinte;
    • Memória fraca;
    • Emoções intensificadas;
    • Irritabilidade fora de contexto;
    • Falta de foco e motivação;
    • E aquela sensação de “minha cabeça tá uma bagunça”.

    Psicologia e sono: tudo a ver

    A psicologia entende o sono como parte fundamental da regulação emocional e mental. Pessoas com transtornos como ansiedade, depressão, estresse crônico ou Burnout quase sempre relatam alterações no sono (e isso não é à toa).

    Dormir mal atrapalha a liberação de neurotransmissores como serotonina e dopamina, que estão diretamente ligados ao nosso humor, disposição e bem-estar… Ou seja, às vezes não é só “fase ruim”, mas sim a falta de um sono de qualidade.

    E não, dormir “bastante” não resolve se a qualidade for ruim

    Dormir 9h com a mente acelerada, acordando toda hora, ou com exposição à luz até tarde, não é sono restaurador. É por isso que às vezes você dorme e ainda assim acorda como se não tivesse dormido nada.

    Se você se identificou, pode ser um sinal de que:

    • Você tá levando preocupações demais pra cama;
    • Sua rotina pré-sono tá cheia de estímulos;
    • Ou você tá tentando descansar o corpo, mas esquecendo da mente.

    O que pode ajudar?

    1. Criar um ritual de desaceleração antes de dormir: luz baixa, tela longe, respiração consciente.
    2. Evitar discutir ou resolver problemas difíceis à noite (seu cérebro precisa de um “modo descanso” gradual).
    3. Escrever o que tá ocupando sua mente antes de deitar ajuda a esvaziar o excesso de pensamento.
    4. Se puder, desconecte das redes pelo menos 30 min antes de dormir.
    5. E lembre-se: descansar não é preguiça, é necessidade básica.

    Dormir bem é cuidar da sua saúde emocional também

    Se sua cabeça anda bagunçada, suas emoções à flor da pele e seu foco desapareceu… talvez o ponto de partida não seja fazer mais. Talvez seja dormir melhor, com mais presença, mais cuidado, mais você com você!

    Como está sendo a qualidade do seu sono, por aí?

  • Você se mostra como realmente é ou vive em modo personagem?

    Você se mostra como realmente é ou vive em modo personagem?

    Tem dias que parece que a gente tá vivendo no automático, né?
    Fazendo tudo certinho, respondendo “tá tudo bem” mesmo quando não tá, sorrindo no stories e fingindo (as vezes até para nós mesmos) ser algo que não somos…
    Mas por dentro? Tá cansada, sobrecarregada, perdida e sem saber como lidar com tudo isso.
    E a real é: tem muita gente vivendo assim, no modo personagem.

    Tá, mas o que é esse “modo personagem”?

    É quando você vai se moldando pra agradar, pra ser aceito, pra não decepcionar ninguém. Você vira “a forte”, “a madura”, “a boazinha”, “a engraçada”, “a que resolve tudo”, e às vezes nem percebe que tá se esquecendo de você no meio disso tudo.

    Não é sobre falsidade. É sobre sobrevivência emocional.

    A gente aprende desde cedo que precisa ser “de um jeito certo” pra ser amada, pra não ser rejeitada. E aí, pronto, a máscara gruda.

    Quer um exemplo? Bora falar de série!

    Pensa na Cassie, de Euphoria…
    A personagem que tá sempre tentando ser o que esperam dela (a namorada ideal, a filha que agrada, a menina que não reclama). Ela veste a imagem de “perfeita” o tempo todo, mesmo quando por dentro tá despedaçada.

    Tem uma cena emblemática em que ela entra em um ciclo de ansiedade absurda, se arrumando às 4 da manhã pra impressionar um cara que nem a valoriza.
    Ela vai perdendo totalmente a noção do que quer, do que sente, do que é, só pra ser “escolhida”. Aqui temos um exemplo do modo personagem no volume máximo.

    E é pesado assistir… porque muitas vezes a gente se vê ali, de formas diferentes, mas nos identificamos com algo. Tentando agradar, se moldar, caber (muitas vezes onde não cabemos), falhando e se perdendo no processo.

    “Mas como eu sei se tô vivendo assim?”

    Se liga nesses sinais:
    • Você sente que precisa estar bem o tempo todo;
    • Vive com medo de decepcionar;
    • Esconde o que sente pra não parecer “fraca”;
    • Parece que tem que controlar tudo (inclusive suas emoções);
    • Depende muito da validação do outro;

    Se você se identificou, talvez esteja gastando energia demais sendo o que esperam, e esquecendo de ser quem você realmente é.

    E aí vem a pergunta que pesa:

    Você tá se sustentando ou se representando?

    Essa pergunta mexe um pouco, porque às vezes a gente acha que tá “dando conta”, que tá sendo forte, que tá vivendo do nosso jeito… Mas, na real, tá atuando pra manter uma imagem.
    E sustentar uma imagem o tempo todo não é nada leve, cansa e machuca. É como se você tivesse que provar pra todo mundo (e pra você mesma) que tá tudo bem, mesmo quando não tá.

    • Se sustentar é quando você age com verdade, mesmo nos dias difíceis. Você se apoia em quem você é, com seus limites e vulnerabilidades, não pra parecer perfeito(a), mas pra seguir sendo você.
    • Se representar é quando você vive pra manter um papel, pra não decepcionar, pra não ser rejeitado(a), pra ser “o que esperam”… E com isso, você deixa de se escutar e de se acolher só pra continuar agradando o outro.

    Não é fácil perceber quando a gente saiu do modo “eu” e entrou no modo “personagem”. Mas quando percebe, dá pra começar (e com calma) a voltar.

    Mas como começar a voltar pra si?

    Com perguntas simples (mas profundas):
    • O que eu tô sentindo de verdade hoje?
    • Eu tô fazendo isso porque quero ou porque esperam de mim?
    • Se eu não precisasse agradar ninguém agora… o que eu faria?

    Você não precisa se “desconstruir toda” num dia só, mas pode começar a se escutar de novo. Do jeitinho que é, sem edição!

    Ser você já é suficiente!

    Não precisa performar, provar, sustentar nada, pra ninguém!
    Quem gostar de você de verdade, vai gostar da versão mais honesta.

    E ela merece sair do bastidor…

  • Cansado o tempo todo? Pode ser mais do que físico…

    Cansado o tempo todo? Pode ser mais do que físico…

    Você acorda cansado, passa o dia cansado, e vai dormir… adivinha? Cansado.
    Mesmo dormindo bem, mesmo “não fazendo tanta coisa assim”, a sensação de esgotamento não vai embora.

    Se isso tem acontecido com frequência com você, talvez a sua mente esteja tão sobrecarregada quanto (ou mais) que o seu corpo.
    Nem todo cansaço é físico, e a psicologia pode te ajudar a entender isso.

    Mas por que tô tão cansado se nem fiz tanto assim?

    Porque fazer muito não é só sobre tarefas visíveis.
    Às vezes a gente tá exausto porque passou o dia:

    • Pensando em mil coisas ao mesmo tempo,
    • Se preocupando com o que vem pela frente,
    • Se cobrando por não ser produtivo o suficiente,
    • Tentando “dar conta” de tudo sem parar pra respirar.

    Isso é cansaço mental e emocional. E ele pesa…muito.

    Tipos de cansaço que não são só físicos:

    Cansaço mental
    Aquele que aparece quando a mente não para. Você pensa tanto que não consegue focar em mais nada e até tarefas simples parecem difíceis.

    Cansaço emocional
    Você sente que tá “carregando um peso invisível”? Pode ser a sobrecarga de emoções não expressas ou mal processadas (como ansiedade, frustração, tristeza ou culpa).

    Cansaço existencial
    Às vezes o que cansa é a sensação de estar vivendo no automático, sem propósito claro, ou tentando atender expectativas que não são suas.

    Sinais de que seu cansaço pode ser mais emocional do que físico:

    1. Você dorme, mas não acorda descansado;
    2. Tarefas simples parecem imensas;
    3. Sente falta de energia até pra coisas que você gosta;
    4. Fica mais irritado(a), ansioso(a) ou “no modo desligado”;
    5. Tem a sensação constante de que nada rende, mesmo se esforçando.

    O que pode ajudar?

    Parar de ignorar o que você sente: Nem sempre a solução é um café ou cochilo, ás vezes é uma conversa honesta com você mesmo.

    Fazer pausas reais: Assistir série ou rolar o feed pode distrair, mas não é descanso de verdade.

    Organizar sua rotina com mais gentileza: Você não precisa “dar conta de tudo”.

    Falar sobre isso: Com amigos, família ou um psicólogo (dividir o que tá pesado pode aliviar muito).

    Cuidar da mente também é descansar

    Nem sempre o corpo cansado precisa de mais ação, ás vezes ele só precisa de acolhimento.

    Então, se você anda se sentindo esgotado(a) o tempo todo, talvez seja hora de parar de se forçar… e começar a se ouvir.

    Você não precisa aguentar tudo sozinho(a).
    Seu cansaço merece atenção (e você também).

  • Desconectar pra se reconectar: como o uso excessivo do celular afeta sua mente

    Desconectar pra se reconectar: como o uso excessivo do celular afeta sua mente

    Você pega o celular “só pra ver uma coisa”… Mas quando vê, já se passaram 40 minutos, você nem lembra o que ia ver e ainda saiu com a cabeça mais cansada do que antes.
    Se identificou? Bem-vindo ao clube dos esgotados digitais!

    Atualmente, vivemos grudados na tela, e mesmo sem perceber, esse uso excessivo pode estar afetando sua mente, seu foco, seu humor e até sua autoestima.

    Mas por que a gente não consegue desgrudar?

    Porque o celular ativa o nosso sistema de recompensa cerebral.
    Cada notificação, curtida ou mensagem nova libera dopamina, o famoso neurotransmissor do prazer, e o cérebro AMA isso.

    Então, sem perceber, vamos pegando o celular o tempo todo pra aliviar tédio, ansiedade, cansaço, solidão… É como um “reflexo emocional”, quanto mais mexe, mais vontade dá de mexer, né?

    E qual o problema disso?

    1. Sobrecarga mental:
      É muito estímulo o tempo todo. Informações, sons, imagens, vídeos, mensagens… o cérebro fica exausto e a gente sente aquela sensação de cansaço sem ter feito “nada”.
    2. Dificuldade de concentração:
      Se você não consegue assistir um vídeo de 5 minutos sem pausar ou mudar de app, talvez o seu foco esteja sendo afetado (fora as vezes que ainda aceleramos vídeos e áudios no WhatsApp).
    3. Ansiedade e comparação:
      Rolando o feed o dia todo, a gente cai fácil na armadilha de achar que tá “atrasado na vida” ou que os outros são sempre melhores que nós.
    4. Desconexão real:
      Quanto mais tempo no online, menos tempo no aqui e agora. Consequentemente, isso pode afetar nossas relações, presença e até a percepção de nós mesmos.

    Tá, e o que a psicologia diz?

    A psicologia entende o uso excessivo do celular como um comportamento que pode se tornar disfuncional, principalmente quando vira fuga de emoções difíceis ou começa a afetar outras áreas da vida.

    O problema não é o celular em si, sabe? Mas é o quanto ele pode estar sendo usado como anestesia emocional no nosso dia a dia.

    Então como usar com mais equilíbrio?

    • Observe seus gatilhos: Você pega o celular quando tá entediado? Ansioso? Sozinho?
    • Crie “mini pausas” digitais: Deixe o celular longe enquanto estuda, come ou conversa com alguém (sei que é difícil mas com o tempo ajuda muito!).
    • Reduza notificações: Seu cérebro não precisa ser interrompido a cada vibração (isso distrai horrores).
    • Programe momentos offline: Pode ser 1h por dia ou 1 tarde no fim de semana, já faz diferença.
    • Se conecte com você: Às vezes o que a gente tá buscando no celular… é só uma forma de evitar estar com a gente mesmo.

    Desconectar também é autocuidado, viu?

    Você não precisa sumir da internet, jogar o celular fora ou virar um monge, tá? Mas talvez precise de mais momentos de presença real, silêncio e conexão com o que tá aqui, dentro e fora de você.

    Porque às vezes, o que a gente tá precisando… não é de mais estímulo. É de pausa.

    E aí, você sente que tem se desconectado de si pra se manter conectado com tudo?

  • Por que tudo me irrita ultimamente? (E o que isso pode dizer sobre mim?)

    Por que tudo me irrita ultimamente? (E o que isso pode dizer sobre mim?)

    Sabe aqueles dias em que o bom dia já parece meio ofensivo?

    O barulho do liquidificador irrita, a notificação do celular irrita, a voz de alguém irrita… e às vezes até você se irrita com você mesmo?

    Pois é. Se você anda se sentindo assim, não tá sozinho(a), e a boa notícia: isso tem explicação.

    Antes de tudo: é normal se irritar

    Irritação é uma emoção natural, assim como a tristeza, o medo e a alegria. O problema não é sentir isso, o problema é quando essa irritação vira frequente, intensa, e começa a te consumir (ou a respingar nas pessoas ao seu redor).

    Mas calma, não é drama, nem sinal de que você é uma pessoa “ruim”.
    Muitas vezes, a irritação é só a ponta do iceberg de algo mais profundo que a gente tá ignorando ou acumulando.

    O que pode estar por trás dessa irritação toda?

    • Estresse acumulado:
      Rotina puxada, sono desregulado, pressão, prazos…
      Quando o corpo tá cansado e a mente sobrecarregada, qualquer coisa vira gatilho.
    • Falta de limites:
      Dizer “sim” pra tudo e pra todo mundo, ignorando suas vontades e necessidades, vai gerando um acúmulo interno. A irritação muitas vezes é seu sistema emocional gritando: “ei, olha pra mim!”
    • Repressão emocional:
      Às vezes você não chorou quando precisava, não desabafou, não falou o que sentia… e tudo isso vai se acumulando e transborda em forma de impaciência ou explosão.
    • Autoexigência:
      A cobrança constante pra ser produtivo(a), resolver tudo, estar “bem” o tempo todo… cansa. E quando você não consegue atingir esse padrão impossível, vem a frustração disfarçada de irritação.

    E na psicologia?

    A irritação pode ser um sintoma emocional secundário. Ou seja, ela aparece por fora, mas dentro tem outras coisas acontecendo, como tristeza, medo, frustração, sensação de impotência ou esgotamento.

    Em muitos casos, a irritabilidade também pode estar associada a:

    • Ansiedade;
    • Sobrecarga mental;
    • Alterações hormonais;
    • Quadros depressivos;
    • Ou só um período difícil que a gente ainda não conseguiu nomear.

    O que fazer quando tudo parece irritar?

    1. Observe o que está por trás: A irritação quase sempre é uma reação a algo não resolvido.
    2. Dê nome ao que sente: Pode ser cansaço, pode ser carência, pode ser raiva acumulada… Quanto mais clareza, menos culpa.
    3. Cuide do básico: Sono, alimentação, descanso (o básico não é pouco).
    4. Aprenda a dizer não: Colocar limites evita que você ultrapasse os seus.
    5. Busque apoio: Se sentir que está demais, procure alguém pra conversar. E se possível, um acompanhamento psicológico.

    Seu corpo e sua mente não estão contra você

    Eles só estão tentando te avisar que algo precisa ser olhado com mais carinho., entende?
    Então, da próxima vez que tudo parecer irritar, talvez o melhor não seja “engolir”, nem “explodir”, mas parar e ouvir o que tá por trás.

    Seu incômodo pode ser um convite pra você se priorizar de verdade!