Estudante de psicologia

Você se mostra como realmente é ou vive em modo personagem?

Tem dias que parece que a gente tá vivendo no automático, né?
Fazendo tudo certinho, respondendo “tá tudo bem” mesmo quando não tá, sorrindo no stories e fingindo (as vezes até para nós mesmos) ser algo que não somos…
Mas por dentro? Tá cansada, sobrecarregada, perdida e sem saber como lidar com tudo isso.
E a real é: tem muita gente vivendo assim, no modo personagem.

Tá, mas o que é esse “modo personagem”?

É quando você vai se moldando pra agradar, pra ser aceito, pra não decepcionar ninguém. Você vira “a forte”, “a madura”, “a boazinha”, “a engraçada”, “a que resolve tudo”, e às vezes nem percebe que tá se esquecendo de você no meio disso tudo.

Não é sobre falsidade. É sobre sobrevivência emocional.

A gente aprende desde cedo que precisa ser “de um jeito certo” pra ser amada, pra não ser rejeitada. E aí, pronto, a máscara gruda.

Quer um exemplo? Bora falar de série!

Pensa na Cassie, de Euphoria…
A personagem que tá sempre tentando ser o que esperam dela (a namorada ideal, a filha que agrada, a menina que não reclama). Ela veste a imagem de “perfeita” o tempo todo, mesmo quando por dentro tá despedaçada.

Tem uma cena emblemática em que ela entra em um ciclo de ansiedade absurda, se arrumando às 4 da manhã pra impressionar um cara que nem a valoriza.
Ela vai perdendo totalmente a noção do que quer, do que sente, do que é, só pra ser “escolhida”. Aqui temos um exemplo do modo personagem no volume máximo.

E é pesado assistir… porque muitas vezes a gente se vê ali, de formas diferentes, mas nos identificamos com algo. Tentando agradar, se moldar, caber (muitas vezes onde não cabemos), falhando e se perdendo no processo.

“Mas como eu sei se tô vivendo assim?”

Se liga nesses sinais:
• Você sente que precisa estar bem o tempo todo;
• Vive com medo de decepcionar;
• Esconde o que sente pra não parecer “fraca”;
• Parece que tem que controlar tudo (inclusive suas emoções);
• Depende muito da validação do outro;

Se você se identificou, talvez esteja gastando energia demais sendo o que esperam, e esquecendo de ser quem você realmente é.

E aí vem a pergunta que pesa:

Você tá se sustentando ou se representando?

Essa pergunta mexe um pouco, porque às vezes a gente acha que tá “dando conta”, que tá sendo forte, que tá vivendo do nosso jeito… Mas, na real, tá atuando pra manter uma imagem.
E sustentar uma imagem o tempo todo não é nada leve, cansa e machuca. É como se você tivesse que provar pra todo mundo (e pra você mesma) que tá tudo bem, mesmo quando não tá.

  • Se sustentar é quando você age com verdade, mesmo nos dias difíceis. Você se apoia em quem você é, com seus limites e vulnerabilidades, não pra parecer perfeito(a), mas pra seguir sendo você.
  • Se representar é quando você vive pra manter um papel, pra não decepcionar, pra não ser rejeitado(a), pra ser “o que esperam”… E com isso, você deixa de se escutar e de se acolher só pra continuar agradando o outro.

Não é fácil perceber quando a gente saiu do modo “eu” e entrou no modo “personagem”. Mas quando percebe, dá pra começar (e com calma) a voltar.

Mas como começar a voltar pra si?

Com perguntas simples (mas profundas):
• O que eu tô sentindo de verdade hoje?
• Eu tô fazendo isso porque quero ou porque esperam de mim?
• Se eu não precisasse agradar ninguém agora… o que eu faria?

Você não precisa se “desconstruir toda” num dia só, mas pode começar a se escutar de novo. Do jeitinho que é, sem edição!

Ser você já é suficiente!

Não precisa performar, provar, sustentar nada, pra ninguém!
Quem gostar de você de verdade, vai gostar da versão mais honesta.

E ela merece sair do bastidor…