Estudante de psicologia

Por que nos sabotamos quando está tudo indo bem?

Você já percebeu que, às vezes, a vida tá fluindo, as coisas estão acontecendo do jeitinho que você sempre quis, mas do nada… algo trava? Começa a bater uma dúvida, uma insegurança, e você sem nem perceber começa a se afastar daquilo que mais queria. Isso pode ser sinal de autossabotagem, e sim, é mais comum do que parece (principalmente em momentos de conquista e crescimento).


1. Medo do sucesso: será que eu dou conta?

Tem gente que não tem medo de fracassar, tem medo é de dar certo… já ouviu isso antes? O sucesso pode vir acompanhado de muita responsabilidade, visibilidade e até expectativas que assustam, e isso tudo gera ansiedade, porque a pessoa sente que não vai conseguir sustentar aquilo.

Às vezes vem aquela sensação de “em algum momento vão perceber que eu não sou tudo isso”, o famoso sentimento de impostora. Então, sem perceber, ela começa a frear o próprio crescimento, como se fosse mais seguro recuar do que correr o risco de cair depois.

2. Insegurança enraizada

Quando a gente cresceu ouvindo críticas, foi invalidada ou não teve muito incentivo, acaba construindo uma imagem de si mesma baseada na insegurança. E mesmo quando a vida mostra que você tá indo bem, essa voz interna ainda repete que não é suficiente.

A pessoa, então, passa a evitar desafios ou se sabotar para confirmar a crença de que não merece, que não vai conseguir, que não deveria estar ali. Isso acontece porque, no fundo, é mais confortável acreditar no que é familiar do que se abrir para uma nova versão de si.

3. O conforto do que é conhecido

Por mais estranho que pareça, até o que é ruim pode parecer confortável quando a gente já se acostumou com aquilo, já perceberam? O novo é desconhecido, e o nosso cérebro ama previsibilidade, por isso, quando algo começa a dar certo, pode surgir um impulso de voltar para padrões antigos, mesmo que eles não façam mais sentido.

Às vezes, a pessoa até sente saudade do “problema”, porque ali ela sabia o que esperar, e é assim que muitos acabam se afastando do que é bom por medo de não saber lidar com o que vem depois.

4. Medo de perder

Tem também o medo de que tudo dê certo… e depois desmorone. Quando isso acontece, a ansiedade começa a crescer, e a pessoa sente que precisa se preparar para o pior, mesmo que o pior nem tenha acontecido, então, antes que algo externo venha e “estrague tudo”, ela mesma cria esse fim.

Isso tudo, é uma forma inconsciente de tentar manter o controle, de não ser pega de surpresa, só que isso cobra um preço alto: a pessoa se afasta daquilo que mais queria viver, só para não correr o risco de sofrer.


E como sair desse ciclo?

A primeira coisa é perceber… observar quando você está criando barreiras que te impedem de seguir.

Perguntar pra si mesma: “o que eu tô evitando?”, “qual medo tá por trás disso?”. A autossabotagem não some do dia pra noite, mas quando você começa a nomear os seus padrões, fica mais fácil de mudar, e claro, um processo terapêutico pode te ajudar a entender essas raízes, ressignificar experiências e desenvolver segurança emocional para sustentar suas conquistas.

Um lembrete importante

Nem sempre a gente se sabota porque é fraca, confusa ou indecisa… ás vezes, a gente só tá tentando se proteger, mas chega uma hora em que se proteger demais vira o que mais machuca.

Então, se permita viver o que é bom, leve e saudável, porque você não precisa se auto sabotar pra se manter segura. Você merece viver o que deseja e sonha, e pode sim sustentar isso, do seu jeito.