Autor: gigibalielo1

  • Ciúmes é prova de amor?

    Ciúmes é prova de amor?

    Talvez você já tenha escutado (ou até dito) algo como:
    “Se não tem ciúmes, não ama”,
    “Um pouquinho de ciúmes é saudável”,
    ou até… “Ciúmes é só cuidado disfarçado”.

    Mas será que é mesmo assim?

    Hoje vamos falar sobre ciúmes aos olhos da psicologia, separando o que é cuidado genuíno do que pode esconder insegurança, controle ou medo de abandono.


    Primeiro: o que é ciúmes?

    O ciúmes, do ponto de vista psicológico, é uma reação emocional que pode surgir quando sentimos que algo ou alguém importante para nós está ameaçado.

    Ele mistura insegurança, medo de perder, comparação e, muitas vezes, baixa autoestima. É diferente de inveja, que é desejar o que o outro tem, só que no ciúmes, o medo é de perder algo que se acredita ser “nosso”.


    Mas então é normal sentir ciúmes?

    Sim! Em doses pequenas, o ciúmes pode até ser um alerta emocional. Ele nos faz olhar para algo que pode estar incomodando ou nos deixando vulneráveis em um relacionamento.

    Por exemplo:
    Você percebe seu parceiro(a) dando muita atenção a outra pessoa e sente ciúmes.

    Isso pode te ajudar a conversar sobre seus sentimentos e reforçar vínculos, mas é claro, desde que a reação venha com consciência e respeito, e não como uma explosão.

    O problema é quando o ciúmes vira regra, controle ou justificativa para atitudes tóxicas.


    Quando o ciúmes deixa de ser saudável?

    Você pode estar diante de um ciúmes disfuncional quando:

    • a confiança deixa de existir;
    • há necessidade de controlar o outro (quem fala, com quem sai, como se veste);
    • surgem constantes acusações sem motivo;
    • o outro precisa se “provar” o tempo todo.

    Isso não é prova de amor, é sinal de insegurança não elaborada ou dinâmicas de controle emocional.

    Lembrando: amor sem liberdade é prisão com apelido bonito.


    Ciúmes é sempre culpa do outro?

    Nem sempre…
    Às vezes, o ciúmes vem de questões internas, como:

    • autoestima baixa (“será que sou suficiente?”);
    • experiências passadas de traição;
    • medo de rejeição ou abandono (frequente em quem teve vínculos instáveis na infância);
    • necessidade de validação constante.

    Nesse caso, a pessoa não quer dominar o outro, mas não sabe lidar com o desconforto que sente, e tenta “evitar a dor” controlando a situação, mas isso também precisa ser olhado com responsabilidade.


    E o que fazer com o ciúmes?

    Observe: o que você sente quando o ciúmes aparece? É medo? Insegurança? Raiva?
    Comunique: em vez de acusar, fale como você se sente e o que precisa para seu parceiro ou sua parceira.
    Cuide de si: trabalhar sua autoestima é um passo chave para sentir menos ameaça onde não existe perigo real.
    Respire antes de reagir: dar tempo ao seu sistema emocional evita explosões.
    Busque ajuda se for necessário: se o ciúmes é intenso a ponto de causar sofrimento ou prejudicar seus relacionamentos, a psicoterapia pode ser um caminho transformador.


    E pra quem sofre com o ciúmes do outro?

    A primeira coisa é: ninguém é responsável pelo que o outro sente, mas é responsável por como lida com isso.
    Então se você vive um relacionamento onde precisa se justificar o tempo todo, tem medo de ser você mesma ou se sente constantemente “vigiada”… isso precisa ser olhado com carinho e seriedade.

    Relacionamento saudável é feito de liberdade com responsabilidade, não de controle com justificativas.


    Resumindo…

    Ciúmes é uma emoção humana, e tá tudo bem sentir às vezes, pois o que faz a diferença é o que fazemos com o que sentimos.
    Sentir ciúmes não te faz uma pessoa ruim, e sim humana, mas usá-lo como desculpa pra atitudes desrespeitosas… aí já é outra história, concorda?

  • O que é regulação emocional e como você pode desenvolver?

    O que é regulação emocional e como você pode desenvolver?

    Se você curtiu o post sobre inteligência emocional, esse aqui é um aprofundamento em uma das habilidades mais importantes dentro dela: a regulação emocional.

    Afinal, de que adianta entender o que sente se a gente não sabe o que fazer com isso, né?

    Você já se pegou reagindo de forma intensa a algo pequeno e depois pensando: “pra quê tudo isso?”. Ou sentiu algo muito forte por dentro, mas teve que engolir seco pra ninguém perceber?

    A verdade é que todo mundo sente, mas nem todo mundo aprendeu o que fazer com o que sente. É aí que entra a regulação emocional, uma habilidade que a gente não nasce sabendo, mas pode (e deve!) desenvolver com o tempo.


    O que é regulação emocional?

    Regulação emocional é a capacidade de perceber, compreender, lidar e expressar emoções de maneira saudável.

    Não é sobre “não sentir” ou “manter o controle a qualquer custo”, mas sim conseguir dar um sentido às emoções e responder a elas com consciência, em vez de agir no impulso ou engolir tudo.

    Segundo o psicólogo James Gross (1998), a regulação emocional envolve três momentos:

    • Perceber que uma emoção surgiu;
    • Interpretar o que ela quer dizer;
    • Decidir como agir com base nela.

    É como se fosse o botão que permite desacelerar entre o “sinto” e o “ajo”.


    O que acontece no cérebro?

    Pra explicar de forma simples:
    Quando sentimos algo intenso, como raiva ou medo, a amígdala cerebral é ativada. Ela é responsável por detectar ameaças e preparar o corpo pra reagir, tipo aquele “modo sobrevivência”.

    Mas pra pensar com calma, fazer escolhas conscientes e avaliar o que realmente faz sentido, a gente precisa do córtex pré-frontal, que é mais racional e reflexivo. Quanto mais treinamos a regulação emocional, melhor essa comunicação entre emoção e razão funciona.


    Por que isso é importante?

    Porque emoções fazem parte da vida, e não vão deixar de existir, mas a forma como lidamos com elas muda tudo:

    • Sem regulação: a gente grita, se fecha, evita, se culpa.
    • Com regulação: a gente entende, processa, escolhe o que fazer com o que sente.

    Isso vale tanto pra momentos de raiva quanto pra insegurança, tristeza ou ansiedade.


    E na prática, como isso aparece?

    Exemplo 1:
    Você recebe uma crítica no trabalho.
    Sem regulação: leva pro pessoal, se irrita, rebate ou se fecha.
    Com regulação: sente o incômodo, respira, entende que não é um ataque e usa aquilo como aprendizado (ou decide com clareza que não faz sentido absorver).

    Exemplo 2:
    Você tá ansioso pra uma apresentação.
    Sem regulação: entra em pânico, evita, desmarca.
    Com regulação: reconhece que está ansioso, acolhe o sentimento, se prepara com mais atenção e vai mesmo assim.


    Como desenvolver regulação emocional?

    Aqui vão práticas embasadas e possíveis de aplicar no dia a dia:

    • Nomeie o que sente: quando você dá nome pra emoção (“tô frustrado”, “tô insegura”), o cérebro já entende melhor como processar aquilo.
    • Observe seus gatilhos: que situações te desequilibram com frequência? Ter consciência disso é o primeiro passo pra reagir de forma diferente.
    • Respire antes de reagir: respirar profundamente ativa o sistema de calma do corpo (sistema parassimpático). Ajuda a sair do modo automático.
    • Reflita antes de agir: o que você quer comunicar? Vale a pena falar agora? Como se sentirá depois? Isso te ajuda a alinhar emoção com intenção.
    • Tenha recursos de regulação: pode ser escrever, caminhar, ouvir uma música, conversar com alguém. Cada pessoa tem seus recursos, o importante é reconhecer os seus.
    • Faça terapia: é no processo terapêutico que você vai identificando padrões emocionais, entendendo suas reações e desenvolvendo estratégias específicas pra você.

    Quando é sinal de alerta?

    Todo mundo desregula às vezes, mas se você:

    • explodir com frequência,
    • se sentir sempre no limite emocional,
    • ou sentir que não consegue nomear ou entender o que sente…

    … pode ser o momento de buscar um psicólogo, pois a regulação emocional é aprendida, e buscar ajuda é um passo de coragem, não de fraqueza.

    Além disso, dificuldades intensas de regulação emocional podem estar presentes em transtornos como:

    • Transtorno de personalidade borderline,
    • Transtornos de humor (como depressão),
    • TDAH,
    • Ansiedade generalizada.

    Mas atenção: isso NÃO é diagnóstico, é apenas um lembrete de que, se algo está difícil de lidar sozinho, você não precisa lidar sozinho.


    Pra fechar…

    Regulação emocional não é sobre ser frio ou controlar tudo, é sobre sentir com consciência, é sobre cuidar do que sente, sem deixar que isso te engula, nem que você precise se calar o tempo todo pra ser aceito.

    E aí? Como anda sua relação com as suas emoções?

  • Como a insegurança e o medo de falhar afetam nossa vida (e até onde isso é normal)

    Como a insegurança e o medo de falhar afetam nossa vida (e até onde isso é normal)

    Quantas vezes você já deixou de tentar algo por medo de não dar certo? Se pegou revisando mil vezes uma tarefa por medo de parecer “incompetente”? Ou até mesmo se comparando com os outros, sentindo que “não está pronto o suficiente”?

    A insegurança e o medo de errar fazem parte da vida, especialmente quando estamos em formação, aprendendo, descobrindo nossos caminhos e ainda tentando entender quem somos no meio disso tudo.

    Mas até que ponto isso é normal? E quando começa a nos paralisar?


    Insegurança: uma companheira comum (e até necessária)

    Em algum nível, sentir insegurança é natural.
    É o nosso jeito interno de dizer: “isso importa pra mim”, e também é o sinal de que estamos diante de algo que desafia nossas habilidades atuais, seja uma apresentação, uma nova responsabilidade, uma escolha difícil.

    E tudo bem.
    Especialmente durante a formação acadêmica, profissional (ou até emocional), é esperado que existam dúvidas, receios e aquela sensação de “será que dou conta?”.

    Afinal, como confiar em algo que ainda estamos aprendendo a fazer?


    O medo de errar também é normal (mas precisa ser dosado)

    Errar é parte do processo de qualquer aprendizagem… Mas nem sempre fomos ensinados assim, né?

    Muita gente cresceu em ambientes onde o erro era punido, motivo de vergonha ou crítica. Por isso, mesmo depois de adultos, podemos carregar:

    • autocrítica exagerada (“como fui burro de esquecer isso!”),
    • perfeccionismo paralisante (“só vou fazer se for 100% certo”),
    • ou medo de julgamento, que nos faz evitar situações novas.

    Mas o medo de errar também pode ser um alerta do nosso sistema nervoso tentando nos proteger da exposição, do risco ou da rejeição (é humano).


    O impacto no dia a dia

    Quando a insegurança e o medo de errar se tornam constantes, eles podem afetar diversas áreas da vida:

    • No trabalho ou nos estudos: procrastinação, bloqueios, evitar assumir responsabilidades ou não pedir ajuda por medo de parecer fraco.
    • Nas relações pessoais: dificuldade de se posicionar, medo de dizer o que pensa ou ceder demais para ser aceito.
    • Na autoestima: sensação constante de insuficiência, mesmo se esforçando muito.
    • Na saúde mental: ansiedade, insônia, cansaço emocional e crises de autoconfiança.

    Ou seja: um sentimento comum pode acabar tomando proporções maiores se não for observado com carinho.


    Mas até onde é normal sentir isso?

    É importante dizer: sentir insegurança e medo não é sinal de fraqueza, é um sinal de humanidade.
    Mas quando essas sensações começam a:

    • te impedir de tentar,
    • afetar sua qualidade de vida,
    • fazer você duvidar de si o tempo todo,
    • gerar sintomas físicos ou emocionais intensos (como crises de ansiedade, insônia, sensação de paralisia),

    … então vale parar e olhar com mais atenção.
    Isso pode ser sinal de que a autocrítica está exagerada, ou de que experiências antigas ainda estão influenciando suas ações hoje.

    E sim, buscar apoio psicológico nesse momento pode ser uma opção para quebrar esses ciclos e resgatar sua confiança.


    No fim das contas…

    Você não precisa estar 100% seguro de tudo pra agir, não precisa ter certeza pra começar e nem precisa ser perfeito pra ser digno de tentar.

    A segurança não aparece de repente, ela se constrói com tentativas, erros, acertos e coragem.

    E se for difícil fazer isso sozinho, tudo bem. O processo de crescer envolve também saber pedir ajuda quando necessário, e isso é força, não fraqueza.

  • Burnout: quando o cansaço vai além do físico (o que é, sintomas e o que fazer)

    Burnout: quando o cansaço vai além do físico (o que é, sintomas e o que fazer)

    Cansaço. Irritabilidade. Falta de motivação. Sensação de que nada mais tem sentido.

    Se você tem se sentido assim de forma persistente, especialmente em função do trabalho ou da sobrecarga acadêmica, talvez não seja só um “cansaço normal”.

    Hoje vamos conversar um pouco sobre um tema que tem aparecido com frequência nas conversas sobre saúde mental: o burnout.
    Mas com cuidado e responsabilidade, porque nem tudo é burnout, e nem toda fadiga emocional precisa ser diagnosticada como tal., não é? Vamos entender juntos?


    O que é burnout?

    O burnout é um fenômeno ligado ao estresse crônico no trabalho ou em atividades de grande responsabilidade, que não foi bem manejado.

    Embora não seja considerado um transtorno mental no DSM-5, o burnout aparece como um fenômeno ocupacional relevante, reconhecido pela Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da Organização Mundial da Saúde (OMS).

    Ele é caracterizado por:

    • sentimentos de exaustão extrema,
    • distanciamento mental do trabalho,
    • e sensação de eficácia profissional reduzida.

    Ou seja, é um desgaste emocional, físico e mental que surge principalmente por contextos de trabalho ou estudos, quando as demandas são maiores do que a capacidade de enfrentamento e recuperação do indivíduo.


    Sintomas mais comuns

    Embora cada pessoa viva o burnout de um jeito, alguns sintomas são muito frequentes:

    • Exaustão física e emocional constante (sensação de que nem descansar resolve)
    • Perda de motivação e de interesse pelas atividades profissionais ou acadêmicas
    • Distanciamento emocional do trabalho (cinismo, indiferença, falta de envolvimento)
    • Dificuldade de concentração e memória
    • Irritabilidade aumentada ou sensação de estar “no limite” com frequência
    • Alterações no sono (insônia ou sono excessivo, mas não reparador)
    • Sintomas físicos sem causa médica clara (dores, fadiga crônica, problemas gastrointestinais)
    • Sensação de ineficácia ou fracasso, mesmo quando se esforça

    Importante: esses sintomas devem ser persistentes e estar claramente relacionados ao contexto de trabalho ou sobrecarga acadêmica, não a qualquer outra condição de base.


    É diferente de depressão ou ansiedade?

    Sim. O burnout tem um vínculo claro com o contexto ocupacional.
    A depressão, por exemplo, é um transtorno de humor que afeta todas as áreas da vida e não depende necessariamente de um fator externo, como o trabalho.

    Por isso, o diagnóstico diferencial é essencial e deve ser feito por um profissional de saúde mental qualificado (psicólogo ou psiquiatra).

    Outro ponto: o burnout não está listado como transtorno no DSM-5. Logo, falar em “ter burnout” não significa ter um diagnóstico formal de transtorno mental, mas sim estar em um estado de esgotamento que precisa ser cuidado com seriedade.


    O que fazer se você se identifica?

    Antes de tudo, não se culpe. O burnout é um fenômeno que tem mais relação com o ambiente e as condições de trabalho ou estudo do que com uma suposta “fraqueza pessoal”.

    Se você percebe que está nesse estado, algumas ações podem ajudar:

    1. Procure ajuda profissional: acompanhamento psicológico é fundamental para lidar com o esgotamento emocional e reorganizar suas estratégias de enfrentamento.
    2. Reveja seu ritmo: quando possível, negocie prazos, diminua o volume de demandas e respeite seus limites.
    3. Busque espaços de recuperação emocional: momentos de descanso real, lazer e desconexão são essenciais.
    4. Converse com pessoas de confiança: o isolamento piora a situação (compartilhar o que você está vivendo ajuda).
    5. Não negligencie os sintomas físicos: corpo e mente estão conectados, e se seu corpo está gritando, é hora de ouvir.

    Um convite ao cuidado

    Burnout não é frescura, nem sinal de fracasso, é um alerta de que o seu corpo e a sua mente precisam de atenção.

    Por isso, neste post, mais do que trazer informações, meu convite é: olhe com carinho para você.
    Então se você sente que tem vivido um cansaço que não passa, que já não reconhece mais prazer no que faz, ou que seu limite foi ultrapassado, saiba que há caminhos e apoio possíveis.

    Você não precisa passar por isso sozinho(a),pois cuidar de si também é um ato de coragem!

  • Amor ideal x amor real: como equilibrar expectativa e realidade nos relacionamentos

    Amor ideal x amor real: como equilibrar expectativa e realidade nos relacionamentos

    Dia dos Namorados chegou e é difícil não se deparar com feeds e stories cheios de flores, declarações perfeitas e casais aparentemente “de filme”. E claro, é lindo ver demonstrações de carinho, mas tem um ponto que vale a reflexão: será que a gente não acaba, sem perceber, esperando do nosso relacionamento uma história que só existe na imaginação?

    Fazer essa pergunta é importante, porque um dos fatores que mais geram sofrimento nos relacionamentos não é a falta de amor, mas sim o conflito entre o que idealizamos e o que a vida real entrega.


    De onde vêm essas expectativas?

    Desde cedo somos bombardeados por narrativas sobre o que é um relacionamento “ideal”: os filmes românticos, as músicas, os contos de fadas, as postagens nas redes sociais… tudo alimenta uma ideia de que um relacionamento feliz é aquele onde:

    • não há conflitos,
    • tudo é reciprocamente compreendido sem precisar falar,
    • o parceiro sempre supre todas as nossas necessidades emocionais,
    • e o amor basta para resolver qualquer dificuldade.

    Mas na prática, não é bem assim.
    Relacionamentos REAIS são construídos com imperfeições, diferenças e, principalmente, muito diálogo e maturidade emocional.


    O perigo da idealização

    Quando idealizamos demais o relacionamento ou o parceiro, passamos a olhar para a relação com lentes irreais, gerando:

    • frustração constante: porque o outro nunca será perfeito;
    • cobranças excessivas: porque esperamos que o outro atenda expectativas que nem sempre verbalizamos;
    • desvalorização do que temos: porque ficamos comparando nosso relacionamento com histórias que não são reais, ou que mostram só o lado “editado” da relação (como muitas postagens no Dia dos Namorados, né?)

    Exemplo clássico: esperar que o parceiro “adivinhe” como estamos nos sentindo sem que a gente diga, ou querer que a relação esteja sempre em clima de romance e novidade , quando na realidade, a convivência envolve fases de rotina, cansaço e desafios.


    Amor real: imperfeito, mas construído com cuidado

    Amor real não é ausência de conflito, é a capacidade de atravessar os conflitos juntos, com respeito e disposição para ouvir e crescer.

    Amor real não é que o outro “complete” você, mas você ser inteiro(a) e encontrar alguém com quem compartilhar essa inteireza.

    Amor real não é feito só de momentos especiais e memoráveis, é feito do dia a dia, das pequenas escolhas de presença, paciência, escuta e parceria.


    Então como equilibrar expectativa e realidade?

    • Reconheça as idealizações: pergunte-se se o que você espera do relacionamento é real ou foi construído por influências externas.
    • Comunique suas necessidades: ninguém tem obrigação de adivinhar o que você espera ou sente (por mais que a gente queira, mas as pessoas ainda não tem esse super poder, né?)
    • Valorize o que existe de concreto: olhe para as qualidades do seu parceiro e da relação como ela é, e não como você gostaria que fosse.
    • Aceite a imperfeição: amar alguém de verdade também é aceitar suas limitações e aprender a lidar com as próprias.
    • Construa o relacionamento a dois: idealizar sozinha(o) gera distância, mas construir juntos gera vínculo.


    No fim das contas…

    Não existe relação perfeita. mas existe relação construída com respeito, diálogo e escolhas diárias.

    Neste Dia dos Namorados, que tal olhar com mais carinho para o que você e seu parceiro(a) já constroem no mundo real? E acredite, isso vale muito mais do que qualquer ideia de amor de filme…

  • Descontrole emocional: o que ele revela e como a inteligência emocional pode ajudar

    Descontrole emocional: o que ele revela e como a inteligência emocional pode ajudar

    Quem nunca passou por isso?

    Você segura, segura, segura… até que um comentário bobo faz você explodir. Ou então, um detalhe mínimo te faz chorar como se fosse o fim do mundo, e depois bate a culpa, o pensamento “não era pra tanto”, e a sensação de que você não tem controle sobre as próprias emoções.

    Se você se identificou, saiba: isso não faz de você uma pessoa “fraca”, “dramática” ou “exagerada”. Mas sim alguém humano que, como todo mundo, precisa aprender a lidar melhor com as emoções.

    E é aí que entra o conceito de inteligência emocional.


    Afinal, o que é descontrole emocional?

    O descontrole emocional acontece quando a gente reage de forma intensa e desproporcional às situações, sem conseguir regular o que está sentindo. Não é o sentir que é o problema, sentir é natural e necessário, mas o problema é quando as emoções tomam conta a ponto de prejudicar nossas atitudes, relações e nosso bem-estar.

    Exemplos simples:

    • Chorar descontroladamente após uma crítica leve.
    • Explodir de raiva por um erro pequeno do outro.
    • Sentir um medo enorme diante de uma situação que racionalmente você sabe que não justifica.
    • Ficar paralisado por ansiedade mesmo quando não há um perigo real.

    Essas reações não acontecem “do nada”. Muitas vezes, elas são o acúmulo de emoções não trabalhadas, de sobrecarga mental ou de padrões emocionais que a pessoa nunca aprendeu a entender ou a regular.


    E onde entra a inteligência emocional?

    Inteligência emocional é um conceito da psicologia que envolve a capacidade de perceber, entender, regular e expressar emoções de forma saudável.

    Não significa “controlar tudo” ou “não sentir”. Significa saber o que você está sentindo, de onde isso vem, como lidar com aquilo e como comunicar isso sem se machucar nem machucar o outro.

    Segundo o modelo de Daniel Goleman, a inteligência emocional envolve algumas habilidades chave:

    • Consciência emocional: perceber e identificar suas emoções.
    • Autorregulação: lidar com emoções intensas de forma equilibrada.
    • Motivação: usar as emoções para impulsionar ações positivas.
    • Empatia: reconhecer e respeitar as emoções dos outros.
    • Habilidades sociais: expressar emoções de forma construtiva nas relações.

    Por que a gente se descontrola?

    Existem várias razões… Às vezes é cansaço emocional, falta de sono, estresse acumulado, outras vezes, é porque crescemos em contextos onde não aprendemos a lidar com o que sentimos (aprendemos a reprimir ou a explodir).

    E muitas vezes, o descontrole é só um sinal de que há emoções ali dentro pedindo atenção há muito tempo. Quando não ouvimos, o corpo e a mente dão um jeito de “gritar” por nós.


    Como começar a fortalecer a inteligência emocional?

    1. Observe o que você sente, sem julgamento: Não tente logo “consertar” ou “melhorar”. Primeiro, reconheça: o que estou sentindo agora?
    2. Nomeie as emoções: Não é só raiva ou tristeza, pode ser frustração, vergonha, medo de rejeição, sensação de incompetência…
    3. Respire antes de agir: Dar um espaço entre sentir e reagir já é um passo enorme pra autorregulação.
    4. Cuide da base emocional: Sono, alimentação, pausas… um corpo sobrecarregado piora a regulação emocional.
    5. Se necessário, busque ajuda profissional: Psicoterapia é um espaço seguro pra entender padrões emocionais e desenvolver essas habilidades de forma consistente.

    Sentir é humano e regular é cuidado.

    Não existe pessoa que não se descontrole de vez em quando. Mas quando isso se torna frequente, causa sofrimento ou impacta suas relações, é hora de olhar com mais carinho pra isso.

    A boa notícia? Inteligência emocional se aprende.

    Com autoconhecimento, prática e apoio, é possível desenvolver uma relação mais saudável com as próprias emoções, e viver com mais leveza e presença, porque no fim, não se trata de não sentir.

    Se trata de sentir com mais consciência e escolher, com mais liberdade, como agir a partir disso.

  • Insegurança e medo na formação: até que ponto isso é normal?

    Insegurança e medo na formação: até que ponto isso é normal?

    Quem nunca se pegou duvidando de si no meio dos estudos?

    A cada nova etapa, como mudar de escola, entrar na faculdade, começar um estágio, a gente esbarra com um velho conhecido: o medo e a insegurança.

    A dúvida se estamos prontos, se vamos dar conta, se somos “bons o bastante”. E eu já quero começar te dizendo uma coisa: isso é normal e faz parte do processo de formação. Na psicologia, a gente entende que momentos de transição e crescimento natural trazem desconforto emocional.

    Se você sente medo ao encarar um novo desafio, ou insegurança ao se comparar com colegas, isso não significa que você “tem um problema” ou que não vai conseguir. Significa que você é humano e está se movendo para fora da sua zona de conforto, o que é necessário pra aprender.


    Por que sentimos medo e insegurança ao longo da formação?

    O medo é um mecanismo de proteção natural, e ele nos ajuda a avaliar riscos, a nos preparar melhor e a buscar apoio. Já a insegurança costuma surgir quando estamos diante de algo novo ou que exige habilidades que ainda estamos desenvolvendo.

    Exemplo simples: quando um estudante do Ensino Médio precisa apresentar um trabalho em público, é normal sentir medo. O corpo ativa reações de alerta, e o pensamento “e se eu errar?” aparece. Isso é esperado, a exposição é nova e desafiadora.

    Já na faculdade, um aluno que entra no estágio e se vê lidando com situações reais tende a sentir insegurança, mesmo tendo estudado. Isso não é sinal de que ele não serve para a profissão, é sinal de que está reconhecendo a responsabilidade do momento e ajustando suas expectativas e habilidades.


    Insegurança saudável x Insegurança limitante

    Um nível moderado de medo e insegurança tem função adaptativa: ele nos impulsiona a nos preparar melhor, a buscar mais conhecimento, a nos conectar com outras pessoas para obter apoio.

    Por outro lado, quando o medo e a insegurança passam a ser tão intensos que nos paralisam ou nos afastam de oportunidades importantes, é sinal de que algo merece atenção.


    Quando isso deixa de ser normal? (o que não seria esperado)

    • Quando o medo constante impede você de tentar novas experiências (ex.: recusar apresentações, evitar processos seletivos, não tentar um estágio por medo de fracassar).
    • Quando você sente que nunca é bom o bastante, mesmo com evidências concretas de que tem competência.
    • Quando o medo do julgamento alheio domina suas decisões a ponto de você abrir mão de sonhos e metas.
    • Quando crises de ansiedade intensas aparecem toda vez que você é colocado diante de situações comuns no contexto acadêmico.

    Se você se identifica com situações assim com frequência, vale a pena procurar apoio profissional. Psicólogos podem ajudar a diferenciar um medo natural de um quadro que precise de intervenção e suporte.


    Resumindo: é normal sentir medo e insegurança no processo de formação

    O que não é saudável é viver refém disso, deixando de experimentar e de crescer. Você não precisa ser perfeito(a) e muito menos se sentir 100% seguro(a) o tempo todo. Nenhum estudante se sente, né? O aprendizado é um caminho que exige coragem, e sentir medo no meio desse caminho só mostra que você está, de fato, se movendo…

  • Como saber se meu filho precisa de terapia?

    Como saber se meu filho precisa de terapia?

    Uma dúvida muito comum entre pais e responsáveis é: “será que meu filho precisa de terapia?”

    Muitas vezes, o comportamento das crianças muda com o tempo ou diante de situações novas, o que é absolutamente normal no desenvolvimento. Mas em alguns casos, certos sinais merecem atenção e podem indicar que um acompanhamento psicológico seria importante.

    Antes de tudo, é importante entender que a terapia infantil não é apenas para casos graves ou quando há um diagnóstico definido. Ela é um espaço de escuta, acolhimento e suporte para a criança lidar com emoções, comportamentos e situações difíceis, sempre com o acompanhamento ético e cuidadoso de um profissional especializado.


    Mas como perceber que algo merece atenção?

    Cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, personalidade e maneira de lidar com o mundo. Por isso, não existe uma “lista fechada” de quando levar à terapia, mas alguns sinais podem indicar que seria interessante buscar uma avaliação profissional:

    • Mudanças repentinas no comportamento: uma criança que antes era comunicativa e passa a ficar muito quieta, ou que era calma e passa a ficar muito agressiva, por exemplo.
    • Reações emocionais desproporcionais: explosões de raiva frequentes, choros excessivos, medos que interferem nas atividades do dia a dia.
    • Dificuldades persistentes na escola: queda no rendimento, dificuldade de concentração, conflitos com colegas ou resistência em frequentar o ambiente escolar.
    • Problemas de sono ou alimentação: insônia, pesadelos frequentes, perda ou aumento excessivo do apetite sem causa médica aparente.
    • Dificuldade de lidar com mudanças ou perdas: separação dos pais, morte de um familiar, mudança de escola ou de cidade.
    • Sintomas físicos sem causa médica aparente: dores de cabeça ou de barriga frequentes, queixas somáticas associadas a situações emocionais.

    Exemplo real do dia a dia:

    Imagine uma criança que sempre foi sociável, gostava de brincar e de interagir com outras crianças. Depois de uma mudança de escola, ela passa a se isolar, a chorar sempre que precisa ir para a aula e a apresentar dores de estômago constantes. Nesse caso, buscar uma avaliação com um psicólogo infantil pode ajudar a entender o que está acontecendo e a apoiar a criança no processo de adaptação emocional.

    Outro exemplo: uma criança que vivenciou a separação dos pais e começa a demonstrar muita raiva, dificuldade de dormir e comportamentos regressivos (voltar a fazer xixi na cama, por exemplo). Aqui, a terapia pode ser um espaço importante para ajudá-la a elaborar os sentimentos envolvidos.


    Terapia não é apenas para “resolver problemas”

    Vale reforçar que a terapia infantil também tem um papel preventivo e de promoção de saúde emocional. Ela ajuda a criança a desenvolver habilidades de autoconhecimento, de regulação emocional e de relacionamento interpessoal, aspectos fundamentais para seu bem-estar no presente e no futuro.

    Assim como cuidamos da saúde física, cuidar da saúde emocional desde a infância é um investimento importante. Buscar um psicólogo não é sinal de fracasso dos pais, nem de que a criança “tem algo errado”. Pelo contrário, é um ato de cuidado, amor e responsabilidade.


    Se houver dúvidas, busque orientação

    Se você tem percebido mudanças no comportamento ou no bem-estar emocional do seu filho e está em dúvida se a terapia seria indicada, o melhor caminho é conversar com um profissional de psicologia infantil. Ele poderá avaliar de forma ética e cuidadosa se há necessidade de acompanhamento terapêutico ou se outros tipos de apoio seriam mais indicados no momento.

    E é sempre importante lembrar: cada criança é única, e não existe um manual que sirva para todas. O importante é estar atento(a), sensível e disposto(a) a buscar ajuda quando perceber que ela pode ser necessária.

  • Banalização dos diagnósticos: quando saúde mental vira rótulo

    Banalização dos diagnósticos: quando saúde mental vira rótulo

    Hoje em dia, é cada vez mais comum ver alguém dizendo nas redes: “sou assim porque tenho TDAH”, “é que sou borderline mesmo”, “todo mundo tem um pouco de ansiedade hoje em dia”. De um lado, é maravilhoso que a saúde mental esteja se tornando um assunto mais aberto e presente nas conversas, mas existe um cuidado importante aqui: a banalização dos diagnósticos.

    Quando termos clínicos sérios começam a ser usados de forma solta, como rótulo ou justificativa rápida pra tudo, corremos o risco de transformar transtornos em modismo , e isso acaba sendo perigoso tanto pra quem realmente precisa de ajuda quanto pra quem busca se entender.

    O que é a banalização dos diagnósticos?

    A banalização acontece quando conceitos como ansiedade generalizada, TDAH, borderline, depressão, entre outros, passam a ser usados de forma exagerada, sem critério, e principalmente sem avaliação profissional.

    Isso acontece muito quando a pessoa lê um post, assiste um vídeo ou vê um meme sobre determinado transtorno e automaticamente se identifica, acreditando que “se encaixa” no quadro, mas a psicologia é muito mais complexa do que isso, e um diagnóstico envolve muito mais do que uma lista de sintomas.

    Mas por que isso acontece tanto hoje?

    Atualmente, temos um acesso gigante a conteúdos sobre saúde mental, o que é ótimo, mas nem todo conteúdo que circula nas redes tem base técnica ou é passado de forma responsável.

    Além disso, existe um desejo legítimo das pessoas de entenderem o próprio sofrimento, de colocarem um nome naquilo que sentem, mas o problema é que quando esse “nome” vem sem orientação adequada, sem avaliação clínica, ele acaba trazendo mais confusão do que clareza.

    Muitas vezes, ter um diagnóstico autodeclarado gera um alívio momentâneo, mas também pode levar à estagnação ou a uma falsa sensação de que não há mais nada a fazer além de “aceitar que sou assim”.

    E quais os riscos dessa banalização?

    O maior risco é que a banalização tira o peso e a seriedade de condições clínicas que afetam profundamente a vida das pessoas. Quando todo mundo diz que tem um transtorno sem realmente ter passado por avaliação, quem realmente precisa de cuidado corre o risco de não ser levado a sério.

    Além disso, comportamentos que fazem parte da vida normal, como um dia difícil, uma semana mais agitada, um período de estresse, acabam sendo rotulados como “sintoma”, o que gera ainda mais ansiedade. Outro perigo é que muita gente deixa de buscar ajuda profissional, achando que já “sabe o que tem”, e com isso perde a chance de entender seu funcionamento de forma mais profunda e cuidadosa.

    Diagnóstico não é rótulo, é um instrumento de cuidado

    Um diagnóstico feito por um profissional capacitado não serve para rotular alguém, mas para ajudar a traçar um caminho de cuidado. Ele é fruto de um processo cuidadoso, que envolve avaliação clínica completa, história de vida, contexto social e emocional.

    Um diagnóstico sério orienta o cuidado, abre portas para um tratamento mais eficaz e ajuda a pessoa a se entender com mais gentileza. Não é uma etiqueta para justificar tudo o que a pessoa faz, nem um status pra carregar por aí.

    Informação com responsabilidade

    Falar sobre saúde mental é fundamental, e é maravilhoso ver que hoje as pessoas se interessam e conversam mais sobre isso, mas a gente também precisa lembrar que informação vem com responsabilidade, pois identificação não é diagnóstico e um post na internet não substitui uma avaliação clínica.

    Se você se identificou com algum conteúdo ou sente que precisa entender melhor o seu funcionamento emocional e mental, o caminho mais seguro é procurar um profissional qualificado. Psicólogos e psiquiatras são os profissionais indicados para te acolher e te ajudar nesse processo de forma ética e segura.

    Sua saúde mental merece mais do que um rótulo, merece cuidado de verdade!

  • TDAH não é só “falta de foco”: o que é e o que não é esse transtorno segundo a psicologia

    TDAH não é só “falta de foco”: o que é e o que não é esse transtorno segundo a psicologia

    Você vive se perguntando se tem TDAH porque não consegue focar, começa mil coisas e não termina nenhuma? Ou talvez ache que é só bagunça, preguiça, desorganização?

    Hoje em dia muita gente se identifica com sintomas do TDAH, mas pouca gente realmente entende o que é esse transtorno (e o que ele não é).

    Vamos falar disso com base no que a psicologia diz de forma clara, ética e acessível?

    O que é TDAH, segundo o DSM-5?

    O TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, ele começa na infância, mesmo que só seja diagnosticado mais tarde.

    De acordo com o DSM-5, o TDAH se manifesta por sintomas persistentes de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade, que causam prejuízos reais na vida da pessoa, e em mais de um contexto (por exemplo: estudos, casa, relações sociais, trabalho).

    Os 3 tipos mais comuns de apresentação:

    1. Predominantemente desatento: dificuldade em manter o foco, organização, memória de tarefas.
    2. Predominantemente hiperativo impulsivo: agitação motora, fala excessiva, dificuldade de esperar, impulsividade.
    3. Combinado: quando há características dos dois tipos acima.

    Importante: o diagnóstico não é feito por auto-observação ou “vídeo do TikTok”, e sim por avaliação clínica com critérios claros, duração mínima dos sintomas e início na infância.

    Mas por que tanta gente se identifica com os sintomas?

    Porque todo mundo tem momentos de desatenção, impulsividade ou agitação. Mas no TDAH, isso não acontece de vez em quando, acontece de forma persistente, em vários contextos e com impacto real na vida da pessoa (relacionamentos, desempenho acadêmico, autoestima, etc).

    Exemplos que vão além da “distração”:

    • A pessoa quer estudar, mas o cérebro parece “mudar de canal” sozinho;
    • Começa mil projetos e se frustra por nunca terminar nenhum;
    • Esquece compromissos mesmo com lembretes e alarmes;
    • Se cobra o tempo todo por não conseguir “funcionar como os outros”;
    • Sente uma agitação interna constante, mesmo quando o corpo está parado;
    • Vive no ciclo culpa → tentativa de foco → frustração → culpa de novo.

    E o tratamento?

    O TDAH pode ser tratado com acompanhamento psicológico, estratégias de manejo do comportamento, organização da rotina e, em alguns casos, medicação prescrita por médico psiquiatra.

    O importante é lembrar:

    • Não é moda, não é desculpa, não é preguiça.
    • Mas também não é algo pra se autoatribuir sem avaliação.

    Diagnóstico não é rótulo, é cuidado

    Se você se identificou com muitos pontos, o ideal é procurar um profissional da psicologia ou psiquiatria. O TDAH não define quem você é, mas entender seu funcionamento pode te ajudar a ter mais compaixão por si e criar estratégias mais alinhadas com a sua realidade.

    E por fim, acho importante reforçar: Você não é bagunçado, só precisa entender melhor como seu cérebro funciona… E isso, por si só, já muda muita coisa!