Vamos começar com o básico, brigar é normal… E todo relacionamento, por mais saudável que seja, vai existir conflito. O problema não é a briga em si, mas sim, como ela é conduzida.
No calor do momento, a gente acaba dizendo coisas que machucam, mesmo sem querer. E tem certas frases que, se repetidas, podem prejudicar a confiança, o respeito e até o amor ao longo do tempo.
Neste post, vou compartilhar com você frases que é melhor evitar durante uma discussão e por quê. Tudo com base em princípios da Psicologia da Comunicação, empatia e inteligência emocional.
“Você sempre faz isso!” ou “Você nunca muda!”
Essas frases generalizam o comportamento do outro, colocando ele numa “caixinha”, isso bloqueia o diálogo e faz com que a pessoa se sinta atacada, o que leva à defensiva.
Na Psicologia da Comunicação, esse tipo de fala é chamada de “comunicação julgadora”, que impede o outro de se abrir.
Tente substituir por:
“Quando isso acontece, eu me sinto desvalorizada(o). Podemos pensar juntos em como lidar com isso de outro jeito?”
“Você é igualzinho(a) a…” (comparações)
Comparar seu parceiro com outra pessoa (seja ela ex, pai, mãe, amigo) é desrespeitoso e tira o foco do que realmente importa: o que vocês estão vivendo agora. Comparações atacam a identidade da pessoa e criam insegurança no vínculo.
Sendo assim, prefira dizer:
“Isso me fez lembrar de algo que me incomoda. Podemos conversar sobre isso sem trazer outras pessoas?”
“Quer saber? Não dá mais…”
Ameaçar terminar a relação no meio de uma briga, principalmente se for da boca pra fora, desgasta a segurança emocional do outro… Pode gerar medo, ansiedade e desconfiança. Isso é um tipo de manipulação emocional, mesmo que não seja intencional.
Substitua por:
“Eu tô muito frustrada agora, e talvez a gente precise de um tempo pra acalmar e conversar com mais clareza.”
“Você está exagerando” ou “Isso é bobagem”
Invalidar o sentimento do outro é uma das formas mais silenciosas de afastar emocionalmente, mesmo que você não sinta igual, é importante reconhecer a dor do outro.
A Psicologia Humanista, com Carl Rogers, nos ensina sobre empatia genuína e o poder de validar o sentimento alheio.
Diga algo como:
“Eu não vejo da mesma forma, mas quero entender o que você está sentindo.”
“Você que começou!”
Essa frase infantiliza o diálogo e tira a responsabilidade da sua parte no conflito. Em uma briga, raramente tem um único culpado, e ficar buscando “quem começou” só atrasa a resolução.
Segundo a Comunicação Não Violenta (CNV), é importante sair do lugar de “quem está certo” e ir para o lugar de “o que está acontecendo entre nós”.
Experimente dizer:
“Não quero transformar isso numa competição. Vamos tentar entender o que os dois estão sentindo?”
Pensando em tudo isso…
Palavras têm poder sim, e nas brigas, esse poder pode curar ou ferir. Evitar essas frases não significa “engolir sapo” ou deixar de expressar sua dor, mas sim buscar formas mais conscientes de comunicar, pois ideia não é se tornar perfeita, mas estar mais atenta e comprometida com um diálogo que constrói, não que destrói.