Você vive se perguntando se tem TDAH porque não consegue focar, começa mil coisas e não termina nenhuma? Ou talvez ache que é só bagunça, preguiça, desorganização?
Hoje em dia muita gente se identifica com sintomas do TDAH, mas pouca gente realmente entende o que é esse transtorno (e o que ele não é).
Vamos falar disso com base no que a psicologia diz de forma clara, ética e acessível?
O que é TDAH, segundo o DSM-5?
O TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, ele começa na infância, mesmo que só seja diagnosticado mais tarde.
De acordo com o DSM-5, o TDAH se manifesta por sintomas persistentes de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade, que causam prejuízos reais na vida da pessoa, e em mais de um contexto (por exemplo: estudos, casa, relações sociais, trabalho).
Os 3 tipos mais comuns de apresentação:
1. Predominantemente desatento: dificuldade em manter o foco, organização, memória de tarefas.
2. Predominantemente hiperativo impulsivo: agitação motora, fala excessiva, dificuldade de esperar, impulsividade.
3. Combinado: quando há características dos dois tipos acima.
Importante: o diagnóstico não é feito por auto-observação ou “vídeo do TikTok”, e sim por avaliação clínica com critérios claros, duração mínima dos sintomas e início na infância.
Mas por que tanta gente se identifica com os sintomas?
Porque todo mundo tem momentos de desatenção, impulsividade ou agitação. Mas no TDAH, isso não acontece de vez em quando, acontece de forma persistente, em vários contextos e com impacto real na vida da pessoa (relacionamentos, desempenho acadêmico, autoestima, etc).
Exemplos que vão além da “distração”:
• A pessoa quer estudar, mas o cérebro parece “mudar de canal” sozinho;
• Começa mil projetos e se frustra por nunca terminar nenhum;
• Esquece compromissos mesmo com lembretes e alarmes;
• Se cobra o tempo todo por não conseguir “funcionar como os outros”;
• Sente uma agitação interna constante, mesmo quando o corpo está parado;
• Vive no ciclo culpa → tentativa de foco → frustração → culpa de novo.
E o tratamento?
O TDAH pode ser tratado com acompanhamento psicológico, estratégias de manejo do comportamento, organização da rotina e, em alguns casos, medicação prescrita por médico psiquiatra.
O importante é lembrar:
- Não é moda, não é desculpa, não é preguiça.
- Mas também não é algo pra se autoatribuir sem avaliação.
Diagnóstico não é rótulo, é cuidado
Se você se identificou com muitos pontos, o ideal é procurar um profissional da psicologia ou psiquiatria. O TDAH não define quem você é, mas entender seu funcionamento pode te ajudar a ter mais compaixão por si e criar estratégias mais alinhadas com a sua realidade.
E por fim, acho importante reforçar: Você não é bagunçado, só precisa entender melhor como seu cérebro funciona… E isso, por si só, já muda muita coisa!