Quem nunca passou por isso?
Você segura, segura, segura… até que um comentário bobo faz você explodir. Ou então, um detalhe mínimo te faz chorar como se fosse o fim do mundo, e depois bate a culpa, o pensamento “não era pra tanto”, e a sensação de que você não tem controle sobre as próprias emoções.
Se você se identificou, saiba: isso não faz de você uma pessoa “fraca”, “dramática” ou “exagerada”. Mas sim alguém humano que, como todo mundo, precisa aprender a lidar melhor com as emoções.
E é aí que entra o conceito de inteligência emocional.
Afinal, o que é descontrole emocional?
O descontrole emocional acontece quando a gente reage de forma intensa e desproporcional às situações, sem conseguir regular o que está sentindo. Não é o sentir que é o problema, sentir é natural e necessário, mas o problema é quando as emoções tomam conta a ponto de prejudicar nossas atitudes, relações e nosso bem-estar.
Exemplos simples:
- Chorar descontroladamente após uma crítica leve.
- Explodir de raiva por um erro pequeno do outro.
- Sentir um medo enorme diante de uma situação que racionalmente você sabe que não justifica.
- Ficar paralisado por ansiedade mesmo quando não há um perigo real.
Essas reações não acontecem “do nada”. Muitas vezes, elas são o acúmulo de emoções não trabalhadas, de sobrecarga mental ou de padrões emocionais que a pessoa nunca aprendeu a entender ou a regular.
E onde entra a inteligência emocional?
Inteligência emocional é um conceito da psicologia que envolve a capacidade de perceber, entender, regular e expressar emoções de forma saudável.
Não significa “controlar tudo” ou “não sentir”. Significa saber o que você está sentindo, de onde isso vem, como lidar com aquilo e como comunicar isso sem se machucar nem machucar o outro.
Segundo o modelo de Daniel Goleman, a inteligência emocional envolve algumas habilidades chave:
- Consciência emocional: perceber e identificar suas emoções.
- Autorregulação: lidar com emoções intensas de forma equilibrada.
- Motivação: usar as emoções para impulsionar ações positivas.
- Empatia: reconhecer e respeitar as emoções dos outros.
- Habilidades sociais: expressar emoções de forma construtiva nas relações.
Por que a gente se descontrola?
Existem várias razões… Às vezes é cansaço emocional, falta de sono, estresse acumulado, outras vezes, é porque crescemos em contextos onde não aprendemos a lidar com o que sentimos (aprendemos a reprimir ou a explodir).
E muitas vezes, o descontrole é só um sinal de que há emoções ali dentro pedindo atenção há muito tempo. Quando não ouvimos, o corpo e a mente dão um jeito de “gritar” por nós.
Como começar a fortalecer a inteligência emocional?
- Observe o que você sente, sem julgamento: Não tente logo “consertar” ou “melhorar”. Primeiro, reconheça: o que estou sentindo agora?
- Nomeie as emoções: Não é só raiva ou tristeza, pode ser frustração, vergonha, medo de rejeição, sensação de incompetência…
- Respire antes de agir: Dar um espaço entre sentir e reagir já é um passo enorme pra autorregulação.
- Cuide da base emocional: Sono, alimentação, pausas… um corpo sobrecarregado piora a regulação emocional.
- Se necessário, busque ajuda profissional: Psicoterapia é um espaço seguro pra entender padrões emocionais e desenvolver essas habilidades de forma consistente.
Sentir é humano e regular é cuidado.
Não existe pessoa que não se descontrole de vez em quando. Mas quando isso se torna frequente, causa sofrimento ou impacta suas relações, é hora de olhar com mais carinho pra isso.
A boa notícia? Inteligência emocional se aprende.
Com autoconhecimento, prática e apoio, é possível desenvolver uma relação mais saudável com as próprias emoções, e viver com mais leveza e presença, porque no fim, não se trata de não sentir.
Se trata de sentir com mais consciência e escolher, com mais liberdade, como agir a partir disso.