Dia: 11 de junho de 2025

  • Descontrole emocional: o que ele revela e como a inteligência emocional pode ajudar

    Descontrole emocional: o que ele revela e como a inteligência emocional pode ajudar

    Quem nunca passou por isso?

    Você segura, segura, segura… até que um comentário bobo faz você explodir. Ou então, um detalhe mínimo te faz chorar como se fosse o fim do mundo, e depois bate a culpa, o pensamento “não era pra tanto”, e a sensação de que você não tem controle sobre as próprias emoções.

    Se você se identificou, saiba: isso não faz de você uma pessoa “fraca”, “dramática” ou “exagerada”. Mas sim alguém humano que, como todo mundo, precisa aprender a lidar melhor com as emoções.

    E é aí que entra o conceito de inteligência emocional.


    Afinal, o que é descontrole emocional?

    O descontrole emocional acontece quando a gente reage de forma intensa e desproporcional às situações, sem conseguir regular o que está sentindo. Não é o sentir que é o problema, sentir é natural e necessário, mas o problema é quando as emoções tomam conta a ponto de prejudicar nossas atitudes, relações e nosso bem-estar.

    Exemplos simples:

    • Chorar descontroladamente após uma crítica leve.
    • Explodir de raiva por um erro pequeno do outro.
    • Sentir um medo enorme diante de uma situação que racionalmente você sabe que não justifica.
    • Ficar paralisado por ansiedade mesmo quando não há um perigo real.

    Essas reações não acontecem “do nada”. Muitas vezes, elas são o acúmulo de emoções não trabalhadas, de sobrecarga mental ou de padrões emocionais que a pessoa nunca aprendeu a entender ou a regular.


    E onde entra a inteligência emocional?

    Inteligência emocional é um conceito da psicologia que envolve a capacidade de perceber, entender, regular e expressar emoções de forma saudável.

    Não significa “controlar tudo” ou “não sentir”. Significa saber o que você está sentindo, de onde isso vem, como lidar com aquilo e como comunicar isso sem se machucar nem machucar o outro.

    Segundo o modelo de Daniel Goleman, a inteligência emocional envolve algumas habilidades chave:

    • Consciência emocional: perceber e identificar suas emoções.
    • Autorregulação: lidar com emoções intensas de forma equilibrada.
    • Motivação: usar as emoções para impulsionar ações positivas.
    • Empatia: reconhecer e respeitar as emoções dos outros.
    • Habilidades sociais: expressar emoções de forma construtiva nas relações.

    Por que a gente se descontrola?

    Existem várias razões… Às vezes é cansaço emocional, falta de sono, estresse acumulado, outras vezes, é porque crescemos em contextos onde não aprendemos a lidar com o que sentimos (aprendemos a reprimir ou a explodir).

    E muitas vezes, o descontrole é só um sinal de que há emoções ali dentro pedindo atenção há muito tempo. Quando não ouvimos, o corpo e a mente dão um jeito de “gritar” por nós.


    Como começar a fortalecer a inteligência emocional?

    1. Observe o que você sente, sem julgamento: Não tente logo “consertar” ou “melhorar”. Primeiro, reconheça: o que estou sentindo agora?
    2. Nomeie as emoções: Não é só raiva ou tristeza, pode ser frustração, vergonha, medo de rejeição, sensação de incompetência…
    3. Respire antes de agir: Dar um espaço entre sentir e reagir já é um passo enorme pra autorregulação.
    4. Cuide da base emocional: Sono, alimentação, pausas… um corpo sobrecarregado piora a regulação emocional.
    5. Se necessário, busque ajuda profissional: Psicoterapia é um espaço seguro pra entender padrões emocionais e desenvolver essas habilidades de forma consistente.

    Sentir é humano e regular é cuidado.

    Não existe pessoa que não se descontrole de vez em quando. Mas quando isso se torna frequente, causa sofrimento ou impacta suas relações, é hora de olhar com mais carinho pra isso.

    A boa notícia? Inteligência emocional se aprende.

    Com autoconhecimento, prática e apoio, é possível desenvolver uma relação mais saudável com as próprias emoções, e viver com mais leveza e presença, porque no fim, não se trata de não sentir.

    Se trata de sentir com mais consciência e escolher, com mais liberdade, como agir a partir disso.