Autor: gigibalielo1

  • Psicólogo ou psiquiatra: qual profissional devo procurar?

    Psicólogo ou psiquiatra: qual profissional devo procurar?

    Você sente que algo não está bem, pensa em buscar ajuda, mas trava logo no primeiro passo… Afinal, é psicólogo ou psiquiatra que eu procuro?

    Essa dúvida é super comum,e totalmente válida! Muita gente ainda confunde as funções ou tem receio de procurar o profissional “errado”.

    A verdade é que os dois são fundamentais, cada um com seu papel, e entender isso pode te ajudar a dar o primeiro passo com mais tranquilidade.

    O que faz um psicólogo?

    O psicólogo é um profissional graduado em Psicologia e atua no acompanhamento emocional e psicológico das pessoas. Ele é habilitado a realizar escutas terapêuticas, avaliações psicológicas, intervenções e psicoterapia.

    Durante as sessões, o psicólogo te ajuda a:
    • Compreender seus sentimentos e comportamentos
    • Trabalhar suas questões emocionais
    • Buscar novas formas de lidar com conflitos internos ou externos
    • Desenvolver estratégias para sua saúde mental e bem-estar

    Importante: Psicólogos não prescrevem medicação, pois não têm formação médica.

    E o que faz o psiquiatra?

    O psiquiatra é um médico, ou seja, alguém que se formou em Medicina e depois se especializou em Psiquiatria. Ele está apto a fazer diagnósticos clínicos, prescrever medicamentos e acompanhar transtornos mentais sob o ponto de vista médico.

    O acompanhamento psiquiátrico costuma ser indicado quando há:
    • Sintomas mais intensos ou persistentes, como crises de pânico, depressão profunda, insônia severa, alterações de humor, etc.
    • Necessidade de investigação diagnóstica com base médica
    • Indicação de uso de medicamentos, como antidepressivos, ansiolíticos, estabilizadores de humor

    Psicólogo e psiquiatra trabalham juntos?

    Sim! Inclusive, em muitos casos, o ideal é que trabalhem de forma complementar. Enquanto o psiquiatra acompanha o quadro clínico e medicamentoso, o psicólogo oferece suporte emocional e ajuda a ressignificar experiências.

    Por exemplo: uma pessoa com depressão pode fazer psicoterapia para lidar com questões profundas e, ao mesmo tempo, ser acompanhada por um psiquiatra, caso precise de suporte medicamentoso para estabilizar sintomas.

    “Mas como eu sei com quem devo marcar primeiro?”

    Aqui vai uma dica prática:

    • Se você sente que está passando por dificuldades emocionais, se sente sobrecarregado(a), com crises de ansiedade, baixa autoestima, tristeza frequente, questões de relacionamento, conflitos internos — comece com um psicólogo.
    • Se os sintomas estão intensos a ponto de te impedir de funcionar no dia a dia, como insônia grave, ideias suicidas, crises muito intensas, ou alguém já sinalizou a necessidade de medicamentos — é importante procurar também um psiquiatra.

    E não precisa se preocupar em acertar “de primeira”: um bom profissional, seja psicólogo ou psiquiatra, pode te ajudar a entender se há necessidade de um acompanhamento conjunto.

    No fim das contas, buscar ajuda já é um passo enorme

    Mais importante do que saber exatamente com quem começar, é reconhecer que você precisa de apoio e se permitir recebê-lo.

    Se você sente que algo dentro de você está pedindo atenção, ou que não consegue dar conta de tudo sozinho(a), escuta esse chamado.

    Você não precisa esperar “piorar” pra se cuidar.

  • Por que romantizamos relações que nos machucam?

    Por que romantizamos relações que nos machucam?

    Você já se pegou justificando o comportamento de alguém, mesmo sabendo que aquilo te faz mal? Ou insistindo em uma relação que te esgota mais do que acolhe?
    Se sim, calma: isso é mais comum do que parece (e tem explicações na psicologia).

    Neste post, vamos falar sobre o que leva tanta gente a romantizar relações ruins, os motivos por trás disso e como identificar quando o amor deixa de ser saudável.
    E mais: o que fazer quando a gente se dá conta disso…


    Romantizar = fantasiar

    Romantizar uma relação significa ignorar os sinais de alerta e tentar encaixar o outro em uma imagem idealizada, muitas vezes baseada no que a gente quer que ele seja, e não no que ele realmente é.

    E isso pode acontecer com qualquer tipo de relação: amorosa, familiar, amizades, até mesmo vínculos de trabalho.


    Por que fazemos isso?

    Algumas explicações que a psicologia oferece:

    • Histórico de vínculos frágeis:
      Pessoas que cresceram com vínculos instáveis, negligência emocional ou carência afetiva podem aprender a associar amor com dor ou esforço constante.
    • Padrões repetitivos:
      Às vezes, sem perceber, a gente reproduz padrões aprendidos. Por exemplo: se na infância amor significava “merecer”, “obedecer” ou “se sacrificar”, isso pode se repetir na vida adulta.
    • Baixa autoestima:
      Quando achamos que “não vamos encontrar nada melhor”, nos apegamos até ao pouco que recebemos, a famosa “migalha”, e aceitamos isso porque acreditamos não merecer mais.
    • Idealização:
      Criar uma imagem fantasiosa da outra pessoa, ignorando suas atitudes reais, nos mantém presos à possibilidade do que poderia ser, e não à realidade.

    Um exemplo que você talvez já tenha visto…

    Pensa na série You (Netflix).
    A personagem Beck, mesmo desconfiando que Joe tinha comportamentos estranhos, mantinha o vínculo. Por quê?
    Porque ele parecia atencioso, romântico, protetor, tudo o que ela queria. A imagem que ela construiu sobre ele gritava mais alto do que os próprios sinais de perigo.

    Claro que é um exemplo extremo e ficcional, mas mostra como a idealização pode cegar até mesmo diante do risco.


    Como identificar que você está romantizando algo que machuca?

    • Você se sente mal, mas continua justificando tudo
    • Existe mais esforço do que leveza
    • Você tem medo de se afastar, mesmo sentindo que está se perdendo
    • Se sente culpado(a) por cobrar respeito ou cuidado
    • Percebe que está tentando mudar para caber na relação

    E o que fazer com isso?

    Primeiro passo é olhar com honestidade: essa relação te acolhe ou te exige versões que você não é?

    Depois, buscar ajuda pode fazer toda diferença, e a psicoterapia ajuda a identificar padrões, resgatar autoestima e reconstruir vínculos mais saudáveis (inclusive com você mesma(o)).


    Um lembrete pra encerrar

    Você não precisa aceitar menos do que merece para ter alguém por perto, pois uma relação boa não machuca, não diminui, não exige que você se anule. Mas uma relação boa te nutre, acolhe, respeita e cresce junto.

    E não, não é romantizar demais querer isso, é só amar de forma mais consciente e entender que isso é o básico e o mínimo de uma relação saudável.

  • Depressão: quando é hora de procurar ajuda?

    Depressão: quando é hora de procurar ajuda?

    Todo mundo se sente triste de vez em quando, e ás vezes sem motivo aparente, outras por situações difíceis.
    Mas… como saber quando essa tristeza passou do limite? Como diferenciar um momento ruim de algo mais sério?

    A depressão é uma condição real, que afeta o corpo, a mente e a forma como nos relacionamos com o mundo. Ainda hoje, é comum ouvirmos frases como “é só pensar positivo”, “é falta de força de vontade” ou “todo mundo tem seus dias ruins” , mas depressão vai muito além disso.

    Neste post, vamos te ajudar a entender melhor o que é depressão, quais são seus sintomas, como diferenciá-la da tristeza comum, e o que fazer caso você ou alguém próximo precise de ajuda.


    O que é depressão?

    A depressão, segundo o DSM-5, é um transtorno de humor caracterizado por sintomas emocionais, físicos e cognitivos persistentes por pelo menos duas semanas, com prejuízo significativo na vida da pessoa.

    E ela não é só um “estado de espírito ruim”, é uma condição biopsicossocial, ou seja, envolve aspectos biológicos, psicológicos e sociais.

    O que acontece no corpo?

    No cérebro de uma pessoa com depressão, há um desequilíbrio em neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina, que são substâncias responsáveis por regular humor, sono, apetite, energia e motivação.

    Além disso, estudos mostram que regiões do cérebro ligadas à regulação emocional — como o hipocampo, a amígdala e o córtex pré-frontal — podem apresentar alterações em seu funcionamento e volume em pessoas com depressão grave.

    Ou seja: não é “frescura” nem imaginação. Há uma base física real para o que a pessoa sente.


    Sintomas comuns de depressão

    De acordo com o DSM-5, para que um episódio depressivo maior seja diagnosticado, a pessoa deve apresentar pelo menos cinco dos seguintes sintomas durante um período mínimo de duas semanas, e pelo menos um dos sintomas precisa ser obrigatoriamente humor deprimido ou perda de interesse/prazer em atividades. Esses sintomas devem representar uma mudança em relação ao funcionamento anterior e causar prejuízo significativo na vida da pessoa.

    Alguns sintomas são:

    1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias
    2. Diminuição acentuada do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades
    3. Perda ou ganho significativo de peso, ou alteração no apetite
    4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias
    5. Agitação ou retardo psicomotor observável por outras pessoas
    6. Fadiga ou perda de energia
    7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva
    8. Diminuição da capacidade de pensar, concentrar-se ou tomar decisões
    9. Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida, planejamento ou tentativa

    Importante: os sintomas não podem ser causados por uso de substâncias ou por outra condição médica e não se limitam a uma reação proporcional a um evento de luto.

    Nem toda tristeza é depressão, e nem toda depressão é visível.


    Tristeza ou depressão?

    Uma das dúvidas mais comuns é: “Mas será que o que eu sinto é depressão ou só uma fase difícil?”

    A tristeza é:

    • Uma emoção natural, geralmente associada a eventos específicos (ex: término, perda, frustração)
    • Passageira, mesmo que intensa
    • Uma resposta proporcional ao contexto
    • Algo que não costuma causar perda significativa de funcionamento

    Exemplo: você tirou uma nota ruim na prova que se esforçou. Isso te deixa pra baixo, desanimado por uns dias. Talvez você chore, fique introspectivo, mas aos poucos vai retomando o ânimo e voltando ao que gosta.

    Já a depressão pode ser:

    • Persistente, sem necessariamente um motivo claro
    • Tira o brilho até das coisas boas
    • Pode causar isolamento, desesperança, e sintomas físicos
    • Afeta seu sono, apetite, concentração e autoestima
    • Prejudica a vida pessoal, social e profissional

    Exemplo: você até tirou uma nota boa na prova, mas não sentiu nada. O final de semana chegou e você não quis sair da cama. Alguém te chama pra fazer algo legal e você recusa, não por preguiça, mas porque parece que nada faz mais sentido (e isso se repete há semanas).


    Quando é hora de buscar ajuda?

    • Quando os sintomas duram mais de duas semanas
    • Quando você sente que não é mais você mesmo
    • Quando tarefas simples viram um esforço enorme
    • Quando há pensamentos constantes de desistência, inutilidade ou morte
    • Quando o sofrimento emocional passa a afetar sua vida pessoal, profissional ou social

    Se você chegou até aqui e se identificou, por favor, considere procurar ajuda.


    Canais de ajuda imediata (urgência/emergência)

    Se você ou alguém próximo está em sofrimento intenso ou em risco de vida, aqui estão alguns caminhos de ajuda:

    CVV – Centro de Valorização da Vida

    • Atendimento 24h, gratuito e sigiloso
    • Ligue 188 ou acesse www.cvv.org.br

    Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou hospital mais próximo

    • Em casos de urgência, busque um serviço de pronto atendimento
    • Em cidades maiores, há prontos-socorros psiquiátricos, que atendem crises

    Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)

    • Atendimento gratuito pelo SUS para casos moderados e graves
    • Informe-se na Secretaria de Saúde da sua cidade sobre o CAPS mais próximo

    Autodiagnóstico não é solução

    Por mais que seja comum se identificar com sintomas lendo conteúdos na internet, somente um profissional da saúde mental pode avaliar e diagnosticar corretamente.

    Se você desconfia que está com depressão, o caminho é procurar um psiquiatra (para avaliação clínica e medicamentosa) e/ou um psicólogo (para iniciar o acompanhamento psicoterapêutico).

    Não se automedique, não se compare com os outros, não silencie o que está sentindo.


    Você não está sozinho(a)

    Depressão tem tratamento, tem acompanhamento, e tem saída.
    Mas ela precisa ser levada a sério, com respeito, acolhimento e o cuidado que merece.

    Se você sente que está vivendo no modo automático, com um peso no peito que não passa, com pensamentos que doem e não cessam… isso é real, e você merece ajuda!

    Fazer terapia, buscar um psiquiatra e falar sobre isso, é um ato de coragem, cuidado e é o início da sua recuperação. Você não precisa estar no fundo do poço para pedir ajuda, pode começar agora, no seu tempo, no seu ritmo.

  • Como saber se preciso de terapia?

    Como saber se preciso de terapia?

    Talvez você já tenha pensado em começar terapia, mas ficou naquela dúvida:

    “Será que eu preciso mesmo?”
    “Será que meu problema é grave o suficiente?”
    “Não sei nem por onde começar…”

    A verdade é que terapia não é só pra quando a gente tá no limite.
    Ela também é uma ferramenta poderosa de autoconhecimento, prevenção e crescimento pessoal.

    Neste post, vamos falar sobre quando procurar ajuda profissional e como a psicoterapia pode fazer diferença na sua vida — mesmo que você não se sinta “quebrando por dentro”.


    O que é a psicoterapia?

    A terapia é um espaço seguro de escuta e acolhimento, conduzido por um profissional da psicologia, com ética e preparo técnico para ajudar você a lidar com emoções, pensamentos, comportamentos e situações da vida.

    É um espaço onde você pode:

    • se entender melhor
    • cuidar de feridas antigas
    • reorganizar o caos interno
    • desenvolver novas formas de lidar com os desafios

    E não: você não precisa estar em crise para procurar esse cuidado.


    Sinais de que você pode se beneficiar da terapia

    • Se sente sobrecarregado(a) emocionalmente com frequência
    • Tem crises de choro, ansiedade ou insônia constantes
    • Está se sentindo perdido, sem rumo ou desmotivado
    • Tem conflitos nos relacionamentos (com família, parceiro, amigos)
    • Passou por um trauma, luto, separação ou mudança importante
    • Se sente muito cobrado(a), inseguro(a) ou com baixa autoestima
    • Vive em alerta, não consegue relaxar, não “desliga nunca”
    • Tem dificuldade em tomar decisões ou se posicionar
    • Sente que está repetindo padrões e não sabe como sair disso
    • Tem pensamentos negativos com frequência

    Se você se identificou com um ou mais desses pontos, a terapia pode ser um caminho transformador.


    Mas e se eu não tiver nenhum desses sinais?

    Ainda assim, pode ser uma boa ideia.
    Terapia também é pra quem quer se conhecer melhor, desenvolver inteligência emocional, tomar decisões mais conscientes, ou simplesmente ter um espaço só seu pra pensar a vida com mais clareza.

    Muitas pessoas começam a terapia achando que “não tem nada demais”, e acabam descobrindo camadas e padrões que nunca tinham parado pra observar.


    Como começar?

    1. Busque um psicólogo de confiança
      Pode ser por indicação, por redes sociais, ou plataformas confiáveis de agendamento online.
    2. Entenda que não é preciso saber o que dizer
      Muita gente acha que precisa chegar com tudo pronto. Mas não. É normal se sentir confuso, o psicólogo está ali pra te ajudar a organizar isso.
    3. Respeite seu tempo e processo
      Terapia não é mágica, é construção. Cada sessão pode trazer novos entendimentos, e cada pequeno passo já é parte da mudança.

    Um recado importante

    Você não precisa esperar “chegar no fundo do poço” pra procurar ajuda, viu? Pelo contrário: quanto antes, melhor.

    Terapia não é um sinal de fraqueza, é uma forma de cuidado com sua mente, com sua história, com quem você é e com quem quer se tornar.

    E se você ainda está em dúvida, talvez essa dúvida já seja um sinal…

  • Insônia: causas psicológicas e o que fazer para dormir melhor

    Insônia: causas psicológicas e o que fazer para dormir melhor

    Você apaga a luz, deita e… nada. O corpo tá cansado, mas a mente parece estar com mil abas abertas. O sono não vem. As horas passam. A angústia cresce. E quando finalmente dorme, já é hora de levantar.

    Se você se identificou, saiba que a insônia é uma das queixas mais comuns na área da psicologia — e nem sempre ela vem sozinha. Neste post, vamos entender as possíveis causas emocionais por trás da dificuldade para dormir e o que pode ser feito para melhorar a qualidade do seu sono.


    O que é insônia?

    A insônia é caracterizada por dificuldade de iniciar ou manter o sono, ou por acordar muito antes do desejado, com prejuízos no funcionamento diário. Pode ser transitória (ligada a algo pontual) ou crônica (quando ocorre pelo menos 3 vezes por semana, durante 3 meses ou mais).

    Do ponto de vista psicológico, a insônia pode ser um sintoma de algo mais profundo — como estresse, ansiedade, pensamentos ruminativos, depressão, ou até traumas e eventos difíceis mal elaborados.


    Causas emocionais da insônia

    1. Ansiedade e preocupação constante
      A mente não desliga, e fica revivendo o que passou ou antecipando o que ainda nem aconteceu. Isso ativa o corpo, gera tensão muscular, batimentos acelerados… e sono que é bom, nada.
    2. Estresse acumulado
      Problemas no trabalho, estudos, vida pessoal… O estresse diário pode manter o organismo em estado de alerta mesmo na hora de descansar.
    3. Ruminância mental
      Aquele looping de pensamentos negativos, autocrítica, cobranças… tudo isso alimenta um ciclo que afasta o sono e favorece o cansaço emocional.
    4. Depressão
      Algumas pessoas com depressão dormem demais, outras dormem pouco. A insônia, nesse caso, vem com um peso difícil de explicar e uma sensação constante de esgotamento.
    5. Eventos traumáticos
      Traumas (recentes ou antigos) podem impactar diretamente a qualidade do sono. Pesadelos, sobressaltos noturnos e sono fragmentado são sinais comuns.

    O que pode ajudar?

    1. Higiene do sono
    Pequenas mudanças que fazem grande diferença:

    • Ir para a cama e acordar nos mesmos horários
    • Evitar telas e luz azul antes de dormir (no mínimo 1 hora antes)
    • Reduzir cafeína e comidas pesadas à noite
    • Criar um ambiente escuro, silencioso e confortável (se preferir, use uma luz amarela ou coloridas escuras, um abajur, leia um livro confortante ou alguma outra atividade que possa te relaxar e te preparar para dormir)

    2. Escrita antes de dormir
    Anotar os pensamentos, desabafar no papel ou escrever listas pode ajudar a “esvaziar a mente”.

    3. Psicoterapia
    Tratar a causa, e não só o sintoma. A terapia ajuda a identificar padrões emocionais, a lidar com a ansiedade e a construir uma nova relação com o sono.

    4. Atividade física regular
    Movimentar o corpo durante o dia pode favorecer o cansaço físico natural e a regulação do ritmo circadiano.

    5. Técnicas de respiração e relaxamento
    Respirar profundamente, meditar, ouvir sons relaxantes… tudo isso ajuda o corpo a entender que é hora de desacelerar.


    Quando procurar ajuda profissional?

    • Se a insônia já dura semanas ou meses
    • Se o sono não é reparador (acorda ainda cansada)
    • Se o rendimento no trabalho/estudos está caindo
    • Se surgem sintomas de ansiedade, tristeza ou irritação constantes

    Psicólogos e psiquiatras podem te ajudar a entender e tratar as causas da insônia. O uso de medicação só deve ser feito com acompanhamento médico e nunca por conta própria.


    Um recado importante

    Dormir bem não é luxo, é necessidade. O sono é essencial para o equilíbrio emocional, físico e cognitivo, então se você tem sentido que não está descansando de verdade, vale a pena olhar pra isso com carinho — e buscar ajuda, se necessário.

    Cuidar do sono também é cuidar da saúde mental!

  • Ansiedade: o que é, sintomas e como lidar

    Ansiedade: o que é, sintomas e como lidar

    Você já sentiu seu coração acelerar antes de uma prova? Ou ficou acordada à noite pensando em tudo que pode dar errado? Isso pode ser ansiedade, e está tudo bem sentir isso de vez em quando.

    A ansiedade faz parte da experiência humana, mas o problema é quando ela deixa de ser passageira e começa a interferir na sua rotina, no sono, no trabalho ou nos relacionamentos.

    Neste post, vamos entender o que é ansiedade do ponto de vista psicológico, quais são seus sintomas, e o que pode ser feito para lidar com ela de maneira saudável – tudo com acolhimento, embasamento teórico, ético e sem clichês.


    O que é ansiedade?

    A ansiedade é uma resposta natural do nosso organismo a situações de estresse, perigo ou incerteza. Ela nos prepara para agir diante de algo que percebemos como uma ameaça, seja real ou imaginada.

    Do ponto de vista psicológico, a ansiedade é uma emoção básica e adaptativa, mas quando ocorre com frequência, intensidade ou sem motivo claro, pode se tornar um transtorno.

    Segundo o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), os transtornos de ansiedade envolvem medo e preocupação excessivos acompanhados de sintomas físicos e comportamentais, como dificuldade de concentração, tensão muscular e evitamento de situações.


    Sintomas de ansiedade (quando acende o alerta)

    A ansiedade se manifesta de formas diferentes em cada pessoa, mas alguns sintomas são bem comuns:

    • Coração acelerado
    • Falta de ar ou sensação de sufocamento
    • Pensamentos acelerados ou intrusivos
    • Sensação de que algo ruim vai acontecer
    • Dificuldade para dormir
    • Tensão muscular e dores no corpo
    • Irritabilidade
    • Sensação de cansaço constante
    • Dificuldade de concentração
    • Evitar situações sociais ou desafiadoras

    Vale lembrar: sentir alguns desses sintomas não significa automaticamente que você tem um transtorno de ansiedade. O diagnóstico só pode ser feito por um profissional da psicologia ou da psiquiatria, que vai avaliar com cuidado o seu contexto.


    Quando procurar ajuda?

    • Quando a ansiedade passa a atrapalhar sua rotina, seus estudos, seu trabalho ou seus relacionamentos.
    • Quando você percebe que está evitando lugares, pessoas ou compromissos por medo ou por sintomas físicos.
    • Quando os sintomas se tornam frequentes, intensos ou difíceis de controlar.
    • Quando você se sente exausta(o), mesmo sem ter feito tanto assim.

    Nesses casos, procurar um(a) psicólogo(a) pode muito bom. A psicoterapia é um espaço de escuta, acolhimento e construção de estratégias para lidar melhor com a ansiedade e com as causas que estão por trás dela.


    O que ajuda a lidar com a ansiedade?

    Além da psicoterapia, algumas práticas podem ajudar a aliviar os sintomas no dia a dia:

    • Respiração consciente e técnicas de relaxamento
      Respire fundo, devagar, sentindo o ar entrar e sair. Parece simples, mas isso ativa o sistema nervoso parassimpático e ajuda a reduzir a tensão.
    • Exercícios físicos
      Atividades como caminhada, dança ou alongamento ajudam a liberar endorfinas, que promovem bem-estar.
    • Sono e alimentação equilibrados
      Dormir mal ou se alimentar de forma irregular pode aumentar a irritabilidade e a sensibilidade ao estresse.
    • Limite de informações e redes sociais
      Excesso de notícias, notificações e comparações pode piorar os sintomas. Permita-se desconectar um pouco.
    • Escrita terapêutica
      Anotar o que está sentindo, sem filtro, pode te ajudar a organizar pensamentos e emoções.

    Mas lembre-se: essas estratégias não substituem um acompanhamento profissional, principalmente se os sintomas estão muito intensos ou frequentes.


    Um recado importante

    Falar sobre ansiedade com responsabilidade é essencial. Por isso, se você está se sentindo sobrecarregada(o), não pense que precisa lidar com tudo sozinha(o). A ansiedade não é frescura, exagero ou falta de força, ela é um sinal de que algo dentro de você está pedindo atenção, e cuidar disso é um ato de amor-próprio.


    Se esse post fez sentido pra você, compartilhe com alguém que também pode estar precisando ler isso.
    E, se quiser, aqui no blog tem muitos outros textos sobre saúde mental, autoconhecimento e reflexões que acolhem!

  • O que você pode aprender com a terapia?

    O que você pode aprender com a terapia?

    Terapia não é só “falar dos seus problemas”. Muito menos algo reservado apenas para quem “não está bem”. Terapia é, na verdade, um processo profundo de autoconhecimento, reconstrução e reencontro com quem você é, e isso vale pra qualquer fase da vida.

    Fazer terapia é um ato de coragem! E não, isso não é uma frase de efeito… É realmente desafiador parar tudo, sentar diante de alguém e começar a olhar pra dentro, falar de coisas que às vezes nem a gente entende direito, admitir dores, inseguranças, padrões que se repetem. Mas é justamente aí que está o ponto: é nesse lugar que a transformação começa.

    Talvez você imagine que a terapia é um espaço apenas para “desabafar” ou “resolver um problema”, mas, na verdade, a terapia vai muito além: é um processo contínuo de autoconhecimento, reorganização emocional e desenvolvimento de novas formas de lidar com a vida.

    A terapia te ensina a se escutar (de verdade)

    Muita gente chega na terapia sem saber ao certo o que sente, porque as vezes, a angústia vem disfarçada de irritação, de ansiedade, de cansaço constante, e o primeiro passo é conseguir dar nome às emoções. A psicologia nos mostra que nomear o que sentimos já é um jeito de regular aquilo, é como acender a luz num cômodo escuro.

    Com o tempo, você começa a perceber seus gatilhos, padrões repetitivos e formas automáticas de reagir. Começa a se perguntar: “de onde isso vem?”, “isso ainda faz sentido pra mim?”, “será que eu preciso continuar carregando isso?”. E aí algo começa a mudar, não porque tudo se resolve de uma hora pra outra, mas porque você passa a se perceber com mais clareza.

    A psicologia ajuda a entender sua história (e não apenas os sintomas)

    Se você vive se cobrando demais, se sente incapaz com frequência ou tem dificuldade de confiar em outras pessoas, isso não surgiu do nada. A psicologia entende que nossos comportamentos atuais estão ligados a histórias, crenças e vivências que, muitas vezes, estão lá desde a infância.

    A terapia ajuda a “costurar” essas histórias, não pra justificar tudo, mas pra entender de onde vêm certos padrões. Por exemplo: um adulto que tem medo de errar pode ter crescido em um ambiente onde tudo precisava ser perfeito. Ou alguém que se sente constantemente rejeitado pode ter vivido experiências precoces de abandono emocional, e isso não te define, mas pode explicar muito sobre sua forma de se relacionar hoje (com você mesmo e com os outros).

    O processo terapêutico ensina a escolher diferente

    Com o tempo, o que era automático vira escolha.

    Você percebe que pode colocar limites sem culpa, que pode se expressar sem medo de ser invalidado, pode dizer “não”, que pode descansar, pode existir com mais liberdade. Não porque a terapia “ensina fórmulas”, mas porque ela oferece ferramentas, e porque ter um espaço seguro pra refletir e experimentar novas formas de ser faz toda a diferença.

    E não, você não precisa “estar mal” pra fazer terapia

    Fazer terapia não é só pra quem está em crise, é também pra quem quer se conhecer melhor, fortalecer sua saúde mental, desenvolver inteligência emocional, melhorar seus relacionamentos e cuidar da sua história com mais consciência.

    Inclusive, a terapia pode ser preventiva, te ajuda a evitar que situações difíceis se transformem em algo mais grave, te ensina a lidar com o estresse, a ansiedade, os conflitos, antes que eles te paralisem.

    No fim das contas, você aprende que se cuidar é um ato de respeito

    Respeito por quem você foi, por quem você é agora, e por quem você está se tornando. A terapia não te promete uma vida perfeita, mas pode te ajudar a construir uma vida com mais verdade (e isso já é muita coisa).

  • Estou só repetindo padrões ou fazendo escolhas?

    Estou só repetindo padrões ou fazendo escolhas?

    Você já se perguntou por que certas situações parecem se repetir na sua vida?

    Tipo quando você termina um relacionamento e jura que agora vai ser diferente, mas pouco tempo depois se vê com alguém que tem os mesmos comportamentos tóxicos de antes? Ou quando muda de emprego, mas acaba se sentindo do mesmo jeito: sobrecarregada, pressionada, sem conseguir impor limites?

    Pois é… Às vezes a gente acha que está fazendo novas escolhas, mas na verdade só está repetindo padrões antigos, daqueles que a gente nem percebe que carrega.

    O que são padrões repetitivos?

    Na psicologia, chamamos de padrões de comportamento essas repetições de atitudes, reações e relações que se mantêm ao longo da vida, mesmo que o cenário mude.

    E eles não surgem do nada. Normalmente, têm raiz em vivências anteriores (muitas vezes da infância ou da adolescência) que moldaram nosso jeito de ver o mundo, de nos relacionar e de lidar com o que sentimos.

    Um exemplo?
    Se você cresceu em um ambiente onde precisou “andar em ovos” pra evitar conflito, é bem possível que, mesmo adulta, ainda tenha dificuldade de se posicionar ou colocar limites. E isso não é fraqueza, é uma forma de “sobrevivência” criada, e foi assim que você aprendeu a se proteger.

    Por que a gente repete?

    O cérebro humano adora previsibilidade, ele associa o familiar ao seguro, mesmo quando o “familiar” não faz bem. Então, se em algum momento da vida você aprendeu que amor é algo que exige esforço, dor ou sacrifício, pode ser que acabe procurando (inconscientemente) esse mesmo modelo em novas relações.

    Esse é um mecanismo automático, a gente não repete porque quer, mas porque ainda não se deu conta de que está repetindo…

    Reconhecer já é um passo

    O primeiro passo pra sair de um padrão é reconhecer que ele existe, e não precisa ser com julgamento, pois não é sobre se culpar, mas sim entender:

    “Por que eu faço isso?”
    “De onde vem essa minha dificuldade de confiar?”
    “Por que eu sempre priorizo o outro e me deixo de lado?”

    Essas perguntas já mostram que algo dentro de você está se tornando consciente, e consciência abre espaço pra escolha.

    Padrão não é identidade

    Às vezes, quando a gente repete os mesmos comportamentos por tanto tempo, acaba acreditando que aquilo define quem somos, como se o fato de sempre desconfiar, se sabotar, fugir de conversas difíceis ou ter medo de se apegar fosse uma parte fixa da nossa personalidade, mas não é.

    Isso são padrões que aprendemos em algum momento da vida, muitas vezes pra lidar com dores, faltas, medos ou inseguranças. E tudo que foi aprendido, pode ser olhado com mais cuidado e, se fizer sentido, transformado. Você não é seu medo de decepcionar, nem sua dificuldade de confiar, você está nesse lugar agora, e isso não te define.

    O que te define de verdade é sua coragem de olhar pra isso e se perguntar: “Será que ainda faz sentido continuar assim?”

    Quando vira escolha?

    A escolha começa quando a gente interrompe o automático, não é algo grandioso, nem precisa ser perfeito, ás vezes, é só aquele momento em que você percebe que está prestes a agir como sempre fez… mas respira fundo, pensa, e tenta fazer diferente.

    Pode ser dizer “não” quando você sempre disse “sim”, ou decidir não mandar aquela mensagem só porque está se sentindo carente. Pode ser escolher dar uma chance pra alguém que foge totalmente do seu “tipo” ou até conversar com um psicólogo sobre coisas que você sente e nunca conseguiu entender direito.

    Escolher começa aí: na pausa, na consciência, no pequeno desvio de rota que abre um novo caminho.

    O que a psicologia diz sobre isso?

    Do ponto de vista da psicologia, repetir padrões é algo esperado, especialmente quando esses comportamentos foram aprendidos como formas de lidar com situações difíceis ou de nos proteger emocionalmente.

    A abordagem cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, explica que grande parte do que sentimos e fazemos hoje tem ligação com pensamentos e crenças que desenvolvemos lá atrás, geralmente na infância. Esses esquemas mentais podem se tornar tão automáticos que a gente nem percebe que está reagindo a partir deles.

    Já a psicologia analítica, do Jung, fala sobre o processo de individuação, que é justamente esse caminho de se tornar quem se é de verdade, e não apenas uma repetição das figuras ou histórias que nos formaram.

    Em ambos os casos, o autoconhecimento é uma ferramenta essencial: ele nos ajuda a sair do modo automático, questionar o que estamos vivendo e, se necessário, escolher algo diferente do que sempre foi.

    Mas atenção: nem tudo dá pra fazer sozinha(o)

    Tem padrões que a gente só consegue perceber (e mudar) com ajuda, então se você sente que está vivendo ciclos que se repetem e machucam, pode ser hora de procurar um psicólogo. Não porque você está “errada”, mas porque merece entender sua história com mais cuidado, ok?

    Finalizando…

    Talvez você ainda repita algumas coisas, sim.
    Mas se chegou até aqui, refletindo, questionando, buscando se conhecer… isso já é uma escolha, e é uma das mais importantes que você pode fazer por você!

    Você não precisa viver no piloto automático, você pode aprender a escolher diferente.

  • Ciúmes é prova de amor?

    Ciúmes é prova de amor?

    Talvez você já tenha escutado (ou até dito) algo como:
    “Se não tem ciúmes, não ama”,
    “Um pouquinho de ciúmes é saudável”,
    ou até… “Ciúmes é só cuidado disfarçado”.

    Mas será que é mesmo assim?

    Hoje vamos falar sobre ciúmes aos olhos da psicologia, separando o que é cuidado genuíno do que pode esconder insegurança, controle ou medo de abandono.


    Primeiro: o que é ciúmes?

    O ciúmes, do ponto de vista psicológico, é uma reação emocional que pode surgir quando sentimos que algo ou alguém importante para nós está ameaçado.

    Ele mistura insegurança, medo de perder, comparação e, muitas vezes, baixa autoestima. É diferente de inveja, que é desejar o que o outro tem, só que no ciúmes, o medo é de perder algo que se acredita ser “nosso”.


    Mas então é normal sentir ciúmes?

    Sim! Em doses pequenas, o ciúmes pode até ser um alerta emocional. Ele nos faz olhar para algo que pode estar incomodando ou nos deixando vulneráveis em um relacionamento.

    Por exemplo:
    Você percebe seu parceiro(a) dando muita atenção a outra pessoa e sente ciúmes.

    Isso pode te ajudar a conversar sobre seus sentimentos e reforçar vínculos, mas é claro, desde que a reação venha com consciência e respeito, e não como uma explosão.

    O problema é quando o ciúmes vira regra, controle ou justificativa para atitudes tóxicas.


    Quando o ciúmes deixa de ser saudável?

    Você pode estar diante de um ciúmes disfuncional quando:

    • a confiança deixa de existir;
    • há necessidade de controlar o outro (quem fala, com quem sai, como se veste);
    • surgem constantes acusações sem motivo;
    • o outro precisa se “provar” o tempo todo.

    Isso não é prova de amor, é sinal de insegurança não elaborada ou dinâmicas de controle emocional.

    Lembrando: amor sem liberdade é prisão com apelido bonito.


    Ciúmes é sempre culpa do outro?

    Nem sempre…
    Às vezes, o ciúmes vem de questões internas, como:

    • autoestima baixa (“será que sou suficiente?”);
    • experiências passadas de traição;
    • medo de rejeição ou abandono (frequente em quem teve vínculos instáveis na infância);
    • necessidade de validação constante.

    Nesse caso, a pessoa não quer dominar o outro, mas não sabe lidar com o desconforto que sente, e tenta “evitar a dor” controlando a situação, mas isso também precisa ser olhado com responsabilidade.


    E o que fazer com o ciúmes?

    Observe: o que você sente quando o ciúmes aparece? É medo? Insegurança? Raiva?
    Comunique: em vez de acusar, fale como você se sente e o que precisa para seu parceiro ou sua parceira.
    Cuide de si: trabalhar sua autoestima é um passo chave para sentir menos ameaça onde não existe perigo real.
    Respire antes de reagir: dar tempo ao seu sistema emocional evita explosões.
    Busque ajuda se for necessário: se o ciúmes é intenso a ponto de causar sofrimento ou prejudicar seus relacionamentos, a psicoterapia pode ser um caminho transformador.


    E pra quem sofre com o ciúmes do outro?

    A primeira coisa é: ninguém é responsável pelo que o outro sente, mas é responsável por como lida com isso.
    Então se você vive um relacionamento onde precisa se justificar o tempo todo, tem medo de ser você mesma ou se sente constantemente “vigiada”… isso precisa ser olhado com carinho e seriedade.

    Relacionamento saudável é feito de liberdade com responsabilidade, não de controle com justificativas.


    Resumindo…

    Ciúmes é uma emoção humana, e tá tudo bem sentir às vezes, pois o que faz a diferença é o que fazemos com o que sentimos.
    Sentir ciúmes não te faz uma pessoa ruim, e sim humana, mas usá-lo como desculpa pra atitudes desrespeitosas… aí já é outra história, concorda?

  • O que é regulação emocional e como você pode desenvolver?

    O que é regulação emocional e como você pode desenvolver?

    Se você curtiu o post sobre inteligência emocional, esse aqui é um aprofundamento em uma das habilidades mais importantes dentro dela: a regulação emocional.

    Afinal, de que adianta entender o que sente se a gente não sabe o que fazer com isso, né?

    Você já se pegou reagindo de forma intensa a algo pequeno e depois pensando: “pra quê tudo isso?”. Ou sentiu algo muito forte por dentro, mas teve que engolir seco pra ninguém perceber?

    A verdade é que todo mundo sente, mas nem todo mundo aprendeu o que fazer com o que sente. É aí que entra a regulação emocional, uma habilidade que a gente não nasce sabendo, mas pode (e deve!) desenvolver com o tempo.


    O que é regulação emocional?

    Regulação emocional é a capacidade de perceber, compreender, lidar e expressar emoções de maneira saudável.

    Não é sobre “não sentir” ou “manter o controle a qualquer custo”, mas sim conseguir dar um sentido às emoções e responder a elas com consciência, em vez de agir no impulso ou engolir tudo.

    Segundo o psicólogo James Gross (1998), a regulação emocional envolve três momentos:

    • Perceber que uma emoção surgiu;
    • Interpretar o que ela quer dizer;
    • Decidir como agir com base nela.

    É como se fosse o botão que permite desacelerar entre o “sinto” e o “ajo”.


    O que acontece no cérebro?

    Pra explicar de forma simples:
    Quando sentimos algo intenso, como raiva ou medo, a amígdala cerebral é ativada. Ela é responsável por detectar ameaças e preparar o corpo pra reagir, tipo aquele “modo sobrevivência”.

    Mas pra pensar com calma, fazer escolhas conscientes e avaliar o que realmente faz sentido, a gente precisa do córtex pré-frontal, que é mais racional e reflexivo. Quanto mais treinamos a regulação emocional, melhor essa comunicação entre emoção e razão funciona.


    Por que isso é importante?

    Porque emoções fazem parte da vida, e não vão deixar de existir, mas a forma como lidamos com elas muda tudo:

    • Sem regulação: a gente grita, se fecha, evita, se culpa.
    • Com regulação: a gente entende, processa, escolhe o que fazer com o que sente.

    Isso vale tanto pra momentos de raiva quanto pra insegurança, tristeza ou ansiedade.


    E na prática, como isso aparece?

    Exemplo 1:
    Você recebe uma crítica no trabalho.
    Sem regulação: leva pro pessoal, se irrita, rebate ou se fecha.
    Com regulação: sente o incômodo, respira, entende que não é um ataque e usa aquilo como aprendizado (ou decide com clareza que não faz sentido absorver).

    Exemplo 2:
    Você tá ansioso pra uma apresentação.
    Sem regulação: entra em pânico, evita, desmarca.
    Com regulação: reconhece que está ansioso, acolhe o sentimento, se prepara com mais atenção e vai mesmo assim.


    Como desenvolver regulação emocional?

    Aqui vão práticas embasadas e possíveis de aplicar no dia a dia:

    • Nomeie o que sente: quando você dá nome pra emoção (“tô frustrado”, “tô insegura”), o cérebro já entende melhor como processar aquilo.
    • Observe seus gatilhos: que situações te desequilibram com frequência? Ter consciência disso é o primeiro passo pra reagir de forma diferente.
    • Respire antes de reagir: respirar profundamente ativa o sistema de calma do corpo (sistema parassimpático). Ajuda a sair do modo automático.
    • Reflita antes de agir: o que você quer comunicar? Vale a pena falar agora? Como se sentirá depois? Isso te ajuda a alinhar emoção com intenção.
    • Tenha recursos de regulação: pode ser escrever, caminhar, ouvir uma música, conversar com alguém. Cada pessoa tem seus recursos, o importante é reconhecer os seus.
    • Faça terapia: é no processo terapêutico que você vai identificando padrões emocionais, entendendo suas reações e desenvolvendo estratégias específicas pra você.

    Quando é sinal de alerta?

    Todo mundo desregula às vezes, mas se você:

    • explodir com frequência,
    • se sentir sempre no limite emocional,
    • ou sentir que não consegue nomear ou entender o que sente…

    … pode ser o momento de buscar um psicólogo, pois a regulação emocional é aprendida, e buscar ajuda é um passo de coragem, não de fraqueza.

    Além disso, dificuldades intensas de regulação emocional podem estar presentes em transtornos como:

    • Transtorno de personalidade borderline,
    • Transtornos de humor (como depressão),
    • TDAH,
    • Ansiedade generalizada.

    Mas atenção: isso NÃO é diagnóstico, é apenas um lembrete de que, se algo está difícil de lidar sozinho, você não precisa lidar sozinho.


    Pra fechar…

    Regulação emocional não é sobre ser frio ou controlar tudo, é sobre sentir com consciência, é sobre cuidar do que sente, sem deixar que isso te engula, nem que você precise se calar o tempo todo pra ser aceito.

    E aí? Como anda sua relação com as suas emoções?