Autor: gigibalielo1

  • Como saber se preciso de terapia?

    Como saber se preciso de terapia?

    Talvez você já tenha pensado em começar terapia, mas ficou naquela dúvida:

    “Será que eu preciso mesmo?”
    “Será que meu problema é grave o suficiente?”
    “Não sei nem por onde começar…”

    A verdade é que terapia não é só pra quando a gente tá no limite.
    Ela também é uma ferramenta poderosa de autoconhecimento, prevenção e crescimento pessoal.

    Neste post, vamos falar sobre quando procurar ajuda profissional e como a psicoterapia pode fazer diferença na sua vida — mesmo que você não se sinta “quebrando por dentro”.


    O que é a psicoterapia?

    A terapia é um espaço seguro de escuta e acolhimento, conduzido por um profissional da psicologia, com ética e preparo técnico para ajudar você a lidar com emoções, pensamentos, comportamentos e situações da vida.

    É um espaço onde você pode:

    • se entender melhor
    • cuidar de feridas antigas
    • reorganizar o caos interno
    • desenvolver novas formas de lidar com os desafios

    E não: você não precisa estar em crise para procurar esse cuidado.


    Sinais de que você pode se beneficiar da terapia

    • Se sente sobrecarregado(a) emocionalmente com frequência
    • Tem crises de choro, ansiedade ou insônia constantes
    • Está se sentindo perdido, sem rumo ou desmotivado
    • Tem conflitos nos relacionamentos (com família, parceiro, amigos)
    • Passou por um trauma, luto, separação ou mudança importante
    • Se sente muito cobrado(a), inseguro(a) ou com baixa autoestima
    • Vive em alerta, não consegue relaxar, não “desliga nunca”
    • Tem dificuldade em tomar decisões ou se posicionar
    • Sente que está repetindo padrões e não sabe como sair disso
    • Tem pensamentos negativos com frequência

    Se você se identificou com um ou mais desses pontos, a terapia pode ser um caminho transformador.


    Mas e se eu não tiver nenhum desses sinais?

    Ainda assim, pode ser uma boa ideia.
    Terapia também é pra quem quer se conhecer melhor, desenvolver inteligência emocional, tomar decisões mais conscientes, ou simplesmente ter um espaço só seu pra pensar a vida com mais clareza.

    Muitas pessoas começam a terapia achando que “não tem nada demais”, e acabam descobrindo camadas e padrões que nunca tinham parado pra observar.


    Como começar?

    1. Busque um psicólogo de confiança
      Pode ser por indicação, por redes sociais, ou plataformas confiáveis de agendamento online.
    2. Entenda que não é preciso saber o que dizer
      Muita gente acha que precisa chegar com tudo pronto. Mas não. É normal se sentir confuso, o psicólogo está ali pra te ajudar a organizar isso.
    3. Respeite seu tempo e processo
      Terapia não é mágica, é construção. Cada sessão pode trazer novos entendimentos, e cada pequeno passo já é parte da mudança.

    Um recado importante

    Você não precisa esperar “chegar no fundo do poço” pra procurar ajuda, viu? Pelo contrário: quanto antes, melhor.

    Terapia não é um sinal de fraqueza, é uma forma de cuidado com sua mente, com sua história, com quem você é e com quem quer se tornar.

    E se você ainda está em dúvida, talvez essa dúvida já seja um sinal…

  • Insônia: causas psicológicas e o que fazer para dormir melhor

    Insônia: causas psicológicas e o que fazer para dormir melhor

    Você apaga a luz, deita e… nada. O corpo tá cansado, mas a mente parece estar com mil abas abertas. O sono não vem. As horas passam. A angústia cresce. E quando finalmente dorme, já é hora de levantar.

    Se você se identificou, saiba que a insônia é uma das queixas mais comuns na área da psicologia — e nem sempre ela vem sozinha. Neste post, vamos entender as possíveis causas emocionais por trás da dificuldade para dormir e o que pode ser feito para melhorar a qualidade do seu sono.


    O que é insônia?

    A insônia é caracterizada por dificuldade de iniciar ou manter o sono, ou por acordar muito antes do desejado, com prejuízos no funcionamento diário. Pode ser transitória (ligada a algo pontual) ou crônica (quando ocorre pelo menos 3 vezes por semana, durante 3 meses ou mais).

    Do ponto de vista psicológico, a insônia pode ser um sintoma de algo mais profundo — como estresse, ansiedade, pensamentos ruminativos, depressão, ou até traumas e eventos difíceis mal elaborados.


    Causas emocionais da insônia

    1. Ansiedade e preocupação constante
      A mente não desliga, e fica revivendo o que passou ou antecipando o que ainda nem aconteceu. Isso ativa o corpo, gera tensão muscular, batimentos acelerados… e sono que é bom, nada.
    2. Estresse acumulado
      Problemas no trabalho, estudos, vida pessoal… O estresse diário pode manter o organismo em estado de alerta mesmo na hora de descansar.
    3. Ruminância mental
      Aquele looping de pensamentos negativos, autocrítica, cobranças… tudo isso alimenta um ciclo que afasta o sono e favorece o cansaço emocional.
    4. Depressão
      Algumas pessoas com depressão dormem demais, outras dormem pouco. A insônia, nesse caso, vem com um peso difícil de explicar e uma sensação constante de esgotamento.
    5. Eventos traumáticos
      Traumas (recentes ou antigos) podem impactar diretamente a qualidade do sono. Pesadelos, sobressaltos noturnos e sono fragmentado são sinais comuns.

    O que pode ajudar?

    1. Higiene do sono
    Pequenas mudanças que fazem grande diferença:

    • Ir para a cama e acordar nos mesmos horários
    • Evitar telas e luz azul antes de dormir (no mínimo 1 hora antes)
    • Reduzir cafeína e comidas pesadas à noite
    • Criar um ambiente escuro, silencioso e confortável (se preferir, use uma luz amarela ou coloridas escuras, um abajur, leia um livro confortante ou alguma outra atividade que possa te relaxar e te preparar para dormir)

    2. Escrita antes de dormir
    Anotar os pensamentos, desabafar no papel ou escrever listas pode ajudar a “esvaziar a mente”.

    3. Psicoterapia
    Tratar a causa, e não só o sintoma. A terapia ajuda a identificar padrões emocionais, a lidar com a ansiedade e a construir uma nova relação com o sono.

    4. Atividade física regular
    Movimentar o corpo durante o dia pode favorecer o cansaço físico natural e a regulação do ritmo circadiano.

    5. Técnicas de respiração e relaxamento
    Respirar profundamente, meditar, ouvir sons relaxantes… tudo isso ajuda o corpo a entender que é hora de desacelerar.


    Quando procurar ajuda profissional?

    • Se a insônia já dura semanas ou meses
    • Se o sono não é reparador (acorda ainda cansada)
    • Se o rendimento no trabalho/estudos está caindo
    • Se surgem sintomas de ansiedade, tristeza ou irritação constantes

    Psicólogos e psiquiatras podem te ajudar a entender e tratar as causas da insônia. O uso de medicação só deve ser feito com acompanhamento médico e nunca por conta própria.


    Um recado importante

    Dormir bem não é luxo, é necessidade. O sono é essencial para o equilíbrio emocional, físico e cognitivo, então se você tem sentido que não está descansando de verdade, vale a pena olhar pra isso com carinho — e buscar ajuda, se necessário.

    Cuidar do sono também é cuidar da saúde mental!

  • Ansiedade: o que é, sintomas e como lidar

    Ansiedade: o que é, sintomas e como lidar

    Você já sentiu seu coração acelerar antes de uma prova? Ou ficou acordada à noite pensando em tudo que pode dar errado? Isso pode ser ansiedade, e está tudo bem sentir isso de vez em quando.

    A ansiedade faz parte da experiência humana, mas o problema é quando ela deixa de ser passageira e começa a interferir na sua rotina, no sono, no trabalho ou nos relacionamentos.

    Neste post, vamos entender o que é ansiedade do ponto de vista psicológico, quais são seus sintomas, e o que pode ser feito para lidar com ela de maneira saudável – tudo com acolhimento, embasamento teórico, ético e sem clichês.


    O que é ansiedade?

    A ansiedade é uma resposta natural do nosso organismo a situações de estresse, perigo ou incerteza. Ela nos prepara para agir diante de algo que percebemos como uma ameaça, seja real ou imaginada.

    Do ponto de vista psicológico, a ansiedade é uma emoção básica e adaptativa, mas quando ocorre com frequência, intensidade ou sem motivo claro, pode se tornar um transtorno.

    Segundo o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), os transtornos de ansiedade envolvem medo e preocupação excessivos acompanhados de sintomas físicos e comportamentais, como dificuldade de concentração, tensão muscular e evitamento de situações.


    Sintomas de ansiedade (quando acende o alerta)

    A ansiedade se manifesta de formas diferentes em cada pessoa, mas alguns sintomas são bem comuns:

    • Coração acelerado
    • Falta de ar ou sensação de sufocamento
    • Pensamentos acelerados ou intrusivos
    • Sensação de que algo ruim vai acontecer
    • Dificuldade para dormir
    • Tensão muscular e dores no corpo
    • Irritabilidade
    • Sensação de cansaço constante
    • Dificuldade de concentração
    • Evitar situações sociais ou desafiadoras

    Vale lembrar: sentir alguns desses sintomas não significa automaticamente que você tem um transtorno de ansiedade. O diagnóstico só pode ser feito por um profissional da psicologia ou da psiquiatria, que vai avaliar com cuidado o seu contexto.


    Quando procurar ajuda?

    • Quando a ansiedade passa a atrapalhar sua rotina, seus estudos, seu trabalho ou seus relacionamentos.
    • Quando você percebe que está evitando lugares, pessoas ou compromissos por medo ou por sintomas físicos.
    • Quando os sintomas se tornam frequentes, intensos ou difíceis de controlar.
    • Quando você se sente exausta(o), mesmo sem ter feito tanto assim.

    Nesses casos, procurar um(a) psicólogo(a) pode muito bom. A psicoterapia é um espaço de escuta, acolhimento e construção de estratégias para lidar melhor com a ansiedade e com as causas que estão por trás dela.


    O que ajuda a lidar com a ansiedade?

    Além da psicoterapia, algumas práticas podem ajudar a aliviar os sintomas no dia a dia:

    • Respiração consciente e técnicas de relaxamento
      Respire fundo, devagar, sentindo o ar entrar e sair. Parece simples, mas isso ativa o sistema nervoso parassimpático e ajuda a reduzir a tensão.
    • Exercícios físicos
      Atividades como caminhada, dança ou alongamento ajudam a liberar endorfinas, que promovem bem-estar.
    • Sono e alimentação equilibrados
      Dormir mal ou se alimentar de forma irregular pode aumentar a irritabilidade e a sensibilidade ao estresse.
    • Limite de informações e redes sociais
      Excesso de notícias, notificações e comparações pode piorar os sintomas. Permita-se desconectar um pouco.
    • Escrita terapêutica
      Anotar o que está sentindo, sem filtro, pode te ajudar a organizar pensamentos e emoções.

    Mas lembre-se: essas estratégias não substituem um acompanhamento profissional, principalmente se os sintomas estão muito intensos ou frequentes.


    Um recado importante

    Falar sobre ansiedade com responsabilidade é essencial. Por isso, se você está se sentindo sobrecarregada(o), não pense que precisa lidar com tudo sozinha(o). A ansiedade não é frescura, exagero ou falta de força, ela é um sinal de que algo dentro de você está pedindo atenção, e cuidar disso é um ato de amor-próprio.


    Se esse post fez sentido pra você, compartilhe com alguém que também pode estar precisando ler isso.
    E, se quiser, aqui no blog tem muitos outros textos sobre saúde mental, autoconhecimento e reflexões que acolhem!

  • O que você pode aprender com a terapia?

    O que você pode aprender com a terapia?

    Terapia não é só “falar dos seus problemas”. Muito menos algo reservado apenas para quem “não está bem”. Terapia é, na verdade, um processo profundo de autoconhecimento, reconstrução e reencontro com quem você é, e isso vale pra qualquer fase da vida.

    Fazer terapia é um ato de coragem! E não, isso não é uma frase de efeito… É realmente desafiador parar tudo, sentar diante de alguém e começar a olhar pra dentro, falar de coisas que às vezes nem a gente entende direito, admitir dores, inseguranças, padrões que se repetem. Mas é justamente aí que está o ponto: é nesse lugar que a transformação começa.

    Talvez você imagine que a terapia é um espaço apenas para “desabafar” ou “resolver um problema”, mas, na verdade, a terapia vai muito além: é um processo contínuo de autoconhecimento, reorganização emocional e desenvolvimento de novas formas de lidar com a vida.

    A terapia te ensina a se escutar (de verdade)

    Muita gente chega na terapia sem saber ao certo o que sente, porque as vezes, a angústia vem disfarçada de irritação, de ansiedade, de cansaço constante, e o primeiro passo é conseguir dar nome às emoções. A psicologia nos mostra que nomear o que sentimos já é um jeito de regular aquilo, é como acender a luz num cômodo escuro.

    Com o tempo, você começa a perceber seus gatilhos, padrões repetitivos e formas automáticas de reagir. Começa a se perguntar: “de onde isso vem?”, “isso ainda faz sentido pra mim?”, “será que eu preciso continuar carregando isso?”. E aí algo começa a mudar, não porque tudo se resolve de uma hora pra outra, mas porque você passa a se perceber com mais clareza.

    A psicologia ajuda a entender sua história (e não apenas os sintomas)

    Se você vive se cobrando demais, se sente incapaz com frequência ou tem dificuldade de confiar em outras pessoas, isso não surgiu do nada. A psicologia entende que nossos comportamentos atuais estão ligados a histórias, crenças e vivências que, muitas vezes, estão lá desde a infância.

    A terapia ajuda a “costurar” essas histórias, não pra justificar tudo, mas pra entender de onde vêm certos padrões. Por exemplo: um adulto que tem medo de errar pode ter crescido em um ambiente onde tudo precisava ser perfeito. Ou alguém que se sente constantemente rejeitado pode ter vivido experiências precoces de abandono emocional, e isso não te define, mas pode explicar muito sobre sua forma de se relacionar hoje (com você mesmo e com os outros).

    O processo terapêutico ensina a escolher diferente

    Com o tempo, o que era automático vira escolha.

    Você percebe que pode colocar limites sem culpa, que pode se expressar sem medo de ser invalidado, pode dizer “não”, que pode descansar, pode existir com mais liberdade. Não porque a terapia “ensina fórmulas”, mas porque ela oferece ferramentas, e porque ter um espaço seguro pra refletir e experimentar novas formas de ser faz toda a diferença.

    E não, você não precisa “estar mal” pra fazer terapia

    Fazer terapia não é só pra quem está em crise, é também pra quem quer se conhecer melhor, fortalecer sua saúde mental, desenvolver inteligência emocional, melhorar seus relacionamentos e cuidar da sua história com mais consciência.

    Inclusive, a terapia pode ser preventiva, te ajuda a evitar que situações difíceis se transformem em algo mais grave, te ensina a lidar com o estresse, a ansiedade, os conflitos, antes que eles te paralisem.

    No fim das contas, você aprende que se cuidar é um ato de respeito

    Respeito por quem você foi, por quem você é agora, e por quem você está se tornando. A terapia não te promete uma vida perfeita, mas pode te ajudar a construir uma vida com mais verdade (e isso já é muita coisa).

  • Estou só repetindo padrões ou fazendo escolhas?

    Estou só repetindo padrões ou fazendo escolhas?

    Você já se perguntou por que certas situações parecem se repetir na sua vida?

    Tipo quando você termina um relacionamento e jura que agora vai ser diferente, mas pouco tempo depois se vê com alguém que tem os mesmos comportamentos tóxicos de antes? Ou quando muda de emprego, mas acaba se sentindo do mesmo jeito: sobrecarregada, pressionada, sem conseguir impor limites?

    Pois é… Às vezes a gente acha que está fazendo novas escolhas, mas na verdade só está repetindo padrões antigos, daqueles que a gente nem percebe que carrega.

    O que são padrões repetitivos?

    Na psicologia, chamamos de padrões de comportamento essas repetições de atitudes, reações e relações que se mantêm ao longo da vida, mesmo que o cenário mude.

    E eles não surgem do nada. Normalmente, têm raiz em vivências anteriores (muitas vezes da infância ou da adolescência) que moldaram nosso jeito de ver o mundo, de nos relacionar e de lidar com o que sentimos.

    Um exemplo?
    Se você cresceu em um ambiente onde precisou “andar em ovos” pra evitar conflito, é bem possível que, mesmo adulta, ainda tenha dificuldade de se posicionar ou colocar limites. E isso não é fraqueza, é uma forma de “sobrevivência” criada, e foi assim que você aprendeu a se proteger.

    Por que a gente repete?

    O cérebro humano adora previsibilidade, ele associa o familiar ao seguro, mesmo quando o “familiar” não faz bem. Então, se em algum momento da vida você aprendeu que amor é algo que exige esforço, dor ou sacrifício, pode ser que acabe procurando (inconscientemente) esse mesmo modelo em novas relações.

    Esse é um mecanismo automático, a gente não repete porque quer, mas porque ainda não se deu conta de que está repetindo…

    Reconhecer já é um passo

    O primeiro passo pra sair de um padrão é reconhecer que ele existe, e não precisa ser com julgamento, pois não é sobre se culpar, mas sim entender:

    “Por que eu faço isso?”
    “De onde vem essa minha dificuldade de confiar?”
    “Por que eu sempre priorizo o outro e me deixo de lado?”

    Essas perguntas já mostram que algo dentro de você está se tornando consciente, e consciência abre espaço pra escolha.

    Padrão não é identidade

    Às vezes, quando a gente repete os mesmos comportamentos por tanto tempo, acaba acreditando que aquilo define quem somos, como se o fato de sempre desconfiar, se sabotar, fugir de conversas difíceis ou ter medo de se apegar fosse uma parte fixa da nossa personalidade, mas não é.

    Isso são padrões que aprendemos em algum momento da vida, muitas vezes pra lidar com dores, faltas, medos ou inseguranças. E tudo que foi aprendido, pode ser olhado com mais cuidado e, se fizer sentido, transformado. Você não é seu medo de decepcionar, nem sua dificuldade de confiar, você está nesse lugar agora, e isso não te define.

    O que te define de verdade é sua coragem de olhar pra isso e se perguntar: “Será que ainda faz sentido continuar assim?”

    Quando vira escolha?

    A escolha começa quando a gente interrompe o automático, não é algo grandioso, nem precisa ser perfeito, ás vezes, é só aquele momento em que você percebe que está prestes a agir como sempre fez… mas respira fundo, pensa, e tenta fazer diferente.

    Pode ser dizer “não” quando você sempre disse “sim”, ou decidir não mandar aquela mensagem só porque está se sentindo carente. Pode ser escolher dar uma chance pra alguém que foge totalmente do seu “tipo” ou até conversar com um psicólogo sobre coisas que você sente e nunca conseguiu entender direito.

    Escolher começa aí: na pausa, na consciência, no pequeno desvio de rota que abre um novo caminho.

    O que a psicologia diz sobre isso?

    Do ponto de vista da psicologia, repetir padrões é algo esperado, especialmente quando esses comportamentos foram aprendidos como formas de lidar com situações difíceis ou de nos proteger emocionalmente.

    A abordagem cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, explica que grande parte do que sentimos e fazemos hoje tem ligação com pensamentos e crenças que desenvolvemos lá atrás, geralmente na infância. Esses esquemas mentais podem se tornar tão automáticos que a gente nem percebe que está reagindo a partir deles.

    Já a psicologia analítica, do Jung, fala sobre o processo de individuação, que é justamente esse caminho de se tornar quem se é de verdade, e não apenas uma repetição das figuras ou histórias que nos formaram.

    Em ambos os casos, o autoconhecimento é uma ferramenta essencial: ele nos ajuda a sair do modo automático, questionar o que estamos vivendo e, se necessário, escolher algo diferente do que sempre foi.

    Mas atenção: nem tudo dá pra fazer sozinha(o)

    Tem padrões que a gente só consegue perceber (e mudar) com ajuda, então se você sente que está vivendo ciclos que se repetem e machucam, pode ser hora de procurar um psicólogo. Não porque você está “errada”, mas porque merece entender sua história com mais cuidado, ok?

    Finalizando…

    Talvez você ainda repita algumas coisas, sim.
    Mas se chegou até aqui, refletindo, questionando, buscando se conhecer… isso já é uma escolha, e é uma das mais importantes que você pode fazer por você!

    Você não precisa viver no piloto automático, você pode aprender a escolher diferente.

  • Ciúmes é prova de amor?

    Ciúmes é prova de amor?

    Talvez você já tenha escutado (ou até dito) algo como:
    “Se não tem ciúmes, não ama”,
    “Um pouquinho de ciúmes é saudável”,
    ou até… “Ciúmes é só cuidado disfarçado”.

    Mas será que é mesmo assim?

    Hoje vamos falar sobre ciúmes aos olhos da psicologia, separando o que é cuidado genuíno do que pode esconder insegurança, controle ou medo de abandono.


    Primeiro: o que é ciúmes?

    O ciúmes, do ponto de vista psicológico, é uma reação emocional que pode surgir quando sentimos que algo ou alguém importante para nós está ameaçado.

    Ele mistura insegurança, medo de perder, comparação e, muitas vezes, baixa autoestima. É diferente de inveja, que é desejar o que o outro tem, só que no ciúmes, o medo é de perder algo que se acredita ser “nosso”.


    Mas então é normal sentir ciúmes?

    Sim! Em doses pequenas, o ciúmes pode até ser um alerta emocional. Ele nos faz olhar para algo que pode estar incomodando ou nos deixando vulneráveis em um relacionamento.

    Por exemplo:
    Você percebe seu parceiro(a) dando muita atenção a outra pessoa e sente ciúmes.

    Isso pode te ajudar a conversar sobre seus sentimentos e reforçar vínculos, mas é claro, desde que a reação venha com consciência e respeito, e não como uma explosão.

    O problema é quando o ciúmes vira regra, controle ou justificativa para atitudes tóxicas.


    Quando o ciúmes deixa de ser saudável?

    Você pode estar diante de um ciúmes disfuncional quando:

    • a confiança deixa de existir;
    • há necessidade de controlar o outro (quem fala, com quem sai, como se veste);
    • surgem constantes acusações sem motivo;
    • o outro precisa se “provar” o tempo todo.

    Isso não é prova de amor, é sinal de insegurança não elaborada ou dinâmicas de controle emocional.

    Lembrando: amor sem liberdade é prisão com apelido bonito.


    Ciúmes é sempre culpa do outro?

    Nem sempre…
    Às vezes, o ciúmes vem de questões internas, como:

    • autoestima baixa (“será que sou suficiente?”);
    • experiências passadas de traição;
    • medo de rejeição ou abandono (frequente em quem teve vínculos instáveis na infância);
    • necessidade de validação constante.

    Nesse caso, a pessoa não quer dominar o outro, mas não sabe lidar com o desconforto que sente, e tenta “evitar a dor” controlando a situação, mas isso também precisa ser olhado com responsabilidade.


    E o que fazer com o ciúmes?

    Observe: o que você sente quando o ciúmes aparece? É medo? Insegurança? Raiva?
    Comunique: em vez de acusar, fale como você se sente e o que precisa para seu parceiro ou sua parceira.
    Cuide de si: trabalhar sua autoestima é um passo chave para sentir menos ameaça onde não existe perigo real.
    Respire antes de reagir: dar tempo ao seu sistema emocional evita explosões.
    Busque ajuda se for necessário: se o ciúmes é intenso a ponto de causar sofrimento ou prejudicar seus relacionamentos, a psicoterapia pode ser um caminho transformador.


    E pra quem sofre com o ciúmes do outro?

    A primeira coisa é: ninguém é responsável pelo que o outro sente, mas é responsável por como lida com isso.
    Então se você vive um relacionamento onde precisa se justificar o tempo todo, tem medo de ser você mesma ou se sente constantemente “vigiada”… isso precisa ser olhado com carinho e seriedade.

    Relacionamento saudável é feito de liberdade com responsabilidade, não de controle com justificativas.


    Resumindo…

    Ciúmes é uma emoção humana, e tá tudo bem sentir às vezes, pois o que faz a diferença é o que fazemos com o que sentimos.
    Sentir ciúmes não te faz uma pessoa ruim, e sim humana, mas usá-lo como desculpa pra atitudes desrespeitosas… aí já é outra história, concorda?

  • O que é regulação emocional e como você pode desenvolver?

    O que é regulação emocional e como você pode desenvolver?

    Se você curtiu o post sobre inteligência emocional, esse aqui é um aprofundamento em uma das habilidades mais importantes dentro dela: a regulação emocional.

    Afinal, de que adianta entender o que sente se a gente não sabe o que fazer com isso, né?

    Você já se pegou reagindo de forma intensa a algo pequeno e depois pensando: “pra quê tudo isso?”. Ou sentiu algo muito forte por dentro, mas teve que engolir seco pra ninguém perceber?

    A verdade é que todo mundo sente, mas nem todo mundo aprendeu o que fazer com o que sente. É aí que entra a regulação emocional, uma habilidade que a gente não nasce sabendo, mas pode (e deve!) desenvolver com o tempo.


    O que é regulação emocional?

    Regulação emocional é a capacidade de perceber, compreender, lidar e expressar emoções de maneira saudável.

    Não é sobre “não sentir” ou “manter o controle a qualquer custo”, mas sim conseguir dar um sentido às emoções e responder a elas com consciência, em vez de agir no impulso ou engolir tudo.

    Segundo o psicólogo James Gross (1998), a regulação emocional envolve três momentos:

    • Perceber que uma emoção surgiu;
    • Interpretar o que ela quer dizer;
    • Decidir como agir com base nela.

    É como se fosse o botão que permite desacelerar entre o “sinto” e o “ajo”.


    O que acontece no cérebro?

    Pra explicar de forma simples:
    Quando sentimos algo intenso, como raiva ou medo, a amígdala cerebral é ativada. Ela é responsável por detectar ameaças e preparar o corpo pra reagir, tipo aquele “modo sobrevivência”.

    Mas pra pensar com calma, fazer escolhas conscientes e avaliar o que realmente faz sentido, a gente precisa do córtex pré-frontal, que é mais racional e reflexivo. Quanto mais treinamos a regulação emocional, melhor essa comunicação entre emoção e razão funciona.


    Por que isso é importante?

    Porque emoções fazem parte da vida, e não vão deixar de existir, mas a forma como lidamos com elas muda tudo:

    • Sem regulação: a gente grita, se fecha, evita, se culpa.
    • Com regulação: a gente entende, processa, escolhe o que fazer com o que sente.

    Isso vale tanto pra momentos de raiva quanto pra insegurança, tristeza ou ansiedade.


    E na prática, como isso aparece?

    Exemplo 1:
    Você recebe uma crítica no trabalho.
    Sem regulação: leva pro pessoal, se irrita, rebate ou se fecha.
    Com regulação: sente o incômodo, respira, entende que não é um ataque e usa aquilo como aprendizado (ou decide com clareza que não faz sentido absorver).

    Exemplo 2:
    Você tá ansioso pra uma apresentação.
    Sem regulação: entra em pânico, evita, desmarca.
    Com regulação: reconhece que está ansioso, acolhe o sentimento, se prepara com mais atenção e vai mesmo assim.


    Como desenvolver regulação emocional?

    Aqui vão práticas embasadas e possíveis de aplicar no dia a dia:

    • Nomeie o que sente: quando você dá nome pra emoção (“tô frustrado”, “tô insegura”), o cérebro já entende melhor como processar aquilo.
    • Observe seus gatilhos: que situações te desequilibram com frequência? Ter consciência disso é o primeiro passo pra reagir de forma diferente.
    • Respire antes de reagir: respirar profundamente ativa o sistema de calma do corpo (sistema parassimpático). Ajuda a sair do modo automático.
    • Reflita antes de agir: o que você quer comunicar? Vale a pena falar agora? Como se sentirá depois? Isso te ajuda a alinhar emoção com intenção.
    • Tenha recursos de regulação: pode ser escrever, caminhar, ouvir uma música, conversar com alguém. Cada pessoa tem seus recursos, o importante é reconhecer os seus.
    • Faça terapia: é no processo terapêutico que você vai identificando padrões emocionais, entendendo suas reações e desenvolvendo estratégias específicas pra você.

    Quando é sinal de alerta?

    Todo mundo desregula às vezes, mas se você:

    • explodir com frequência,
    • se sentir sempre no limite emocional,
    • ou sentir que não consegue nomear ou entender o que sente…

    … pode ser o momento de buscar um psicólogo, pois a regulação emocional é aprendida, e buscar ajuda é um passo de coragem, não de fraqueza.

    Além disso, dificuldades intensas de regulação emocional podem estar presentes em transtornos como:

    • Transtorno de personalidade borderline,
    • Transtornos de humor (como depressão),
    • TDAH,
    • Ansiedade generalizada.

    Mas atenção: isso NÃO é diagnóstico, é apenas um lembrete de que, se algo está difícil de lidar sozinho, você não precisa lidar sozinho.


    Pra fechar…

    Regulação emocional não é sobre ser frio ou controlar tudo, é sobre sentir com consciência, é sobre cuidar do que sente, sem deixar que isso te engula, nem que você precise se calar o tempo todo pra ser aceito.

    E aí? Como anda sua relação com as suas emoções?

  • Como a insegurança e o medo de falhar afetam nossa vida (e até onde isso é normal)

    Como a insegurança e o medo de falhar afetam nossa vida (e até onde isso é normal)

    Quantas vezes você já deixou de tentar algo por medo de não dar certo? Se pegou revisando mil vezes uma tarefa por medo de parecer “incompetente”? Ou até mesmo se comparando com os outros, sentindo que “não está pronto o suficiente”?

    A insegurança e o medo de errar fazem parte da vida, especialmente quando estamos em formação, aprendendo, descobrindo nossos caminhos e ainda tentando entender quem somos no meio disso tudo.

    Mas até que ponto isso é normal? E quando começa a nos paralisar?


    Insegurança: uma companheira comum (e até necessária)

    Em algum nível, sentir insegurança é natural.
    É o nosso jeito interno de dizer: “isso importa pra mim”, e também é o sinal de que estamos diante de algo que desafia nossas habilidades atuais, seja uma apresentação, uma nova responsabilidade, uma escolha difícil.

    E tudo bem.
    Especialmente durante a formação acadêmica, profissional (ou até emocional), é esperado que existam dúvidas, receios e aquela sensação de “será que dou conta?”.

    Afinal, como confiar em algo que ainda estamos aprendendo a fazer?


    O medo de errar também é normal (mas precisa ser dosado)

    Errar é parte do processo de qualquer aprendizagem… Mas nem sempre fomos ensinados assim, né?

    Muita gente cresceu em ambientes onde o erro era punido, motivo de vergonha ou crítica. Por isso, mesmo depois de adultos, podemos carregar:

    • autocrítica exagerada (“como fui burro de esquecer isso!”),
    • perfeccionismo paralisante (“só vou fazer se for 100% certo”),
    • ou medo de julgamento, que nos faz evitar situações novas.

    Mas o medo de errar também pode ser um alerta do nosso sistema nervoso tentando nos proteger da exposição, do risco ou da rejeição (é humano).


    O impacto no dia a dia

    Quando a insegurança e o medo de errar se tornam constantes, eles podem afetar diversas áreas da vida:

    • No trabalho ou nos estudos: procrastinação, bloqueios, evitar assumir responsabilidades ou não pedir ajuda por medo de parecer fraco.
    • Nas relações pessoais: dificuldade de se posicionar, medo de dizer o que pensa ou ceder demais para ser aceito.
    • Na autoestima: sensação constante de insuficiência, mesmo se esforçando muito.
    • Na saúde mental: ansiedade, insônia, cansaço emocional e crises de autoconfiança.

    Ou seja: um sentimento comum pode acabar tomando proporções maiores se não for observado com carinho.


    Mas até onde é normal sentir isso?

    É importante dizer: sentir insegurança e medo não é sinal de fraqueza, é um sinal de humanidade.
    Mas quando essas sensações começam a:

    • te impedir de tentar,
    • afetar sua qualidade de vida,
    • fazer você duvidar de si o tempo todo,
    • gerar sintomas físicos ou emocionais intensos (como crises de ansiedade, insônia, sensação de paralisia),

    … então vale parar e olhar com mais atenção.
    Isso pode ser sinal de que a autocrítica está exagerada, ou de que experiências antigas ainda estão influenciando suas ações hoje.

    E sim, buscar apoio psicológico nesse momento pode ser uma opção para quebrar esses ciclos e resgatar sua confiança.


    No fim das contas…

    Você não precisa estar 100% seguro de tudo pra agir, não precisa ter certeza pra começar e nem precisa ser perfeito pra ser digno de tentar.

    A segurança não aparece de repente, ela se constrói com tentativas, erros, acertos e coragem.

    E se for difícil fazer isso sozinho, tudo bem. O processo de crescer envolve também saber pedir ajuda quando necessário, e isso é força, não fraqueza.

  • Burnout: quando o cansaço vai além do físico (o que é, sintomas e o que fazer)

    Burnout: quando o cansaço vai além do físico (o que é, sintomas e o que fazer)

    Cansaço. Irritabilidade. Falta de motivação. Sensação de que nada mais tem sentido.

    Se você tem se sentido assim de forma persistente, especialmente em função do trabalho ou da sobrecarga acadêmica, talvez não seja só um “cansaço normal”.

    Hoje vamos conversar um pouco sobre um tema que tem aparecido com frequência nas conversas sobre saúde mental: o burnout.
    Mas com cuidado e responsabilidade, porque nem tudo é burnout, e nem toda fadiga emocional precisa ser diagnosticada como tal., não é? Vamos entender juntos?


    O que é burnout?

    O burnout é um fenômeno ligado ao estresse crônico no trabalho ou em atividades de grande responsabilidade, que não foi bem manejado.

    Embora não seja considerado um transtorno mental no DSM-5, o burnout aparece como um fenômeno ocupacional relevante, reconhecido pela Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da Organização Mundial da Saúde (OMS).

    Ele é caracterizado por:

    • sentimentos de exaustão extrema,
    • distanciamento mental do trabalho,
    • e sensação de eficácia profissional reduzida.

    Ou seja, é um desgaste emocional, físico e mental que surge principalmente por contextos de trabalho ou estudos, quando as demandas são maiores do que a capacidade de enfrentamento e recuperação do indivíduo.


    Sintomas mais comuns

    Embora cada pessoa viva o burnout de um jeito, alguns sintomas são muito frequentes:

    • Exaustão física e emocional constante (sensação de que nem descansar resolve)
    • Perda de motivação e de interesse pelas atividades profissionais ou acadêmicas
    • Distanciamento emocional do trabalho (cinismo, indiferença, falta de envolvimento)
    • Dificuldade de concentração e memória
    • Irritabilidade aumentada ou sensação de estar “no limite” com frequência
    • Alterações no sono (insônia ou sono excessivo, mas não reparador)
    • Sintomas físicos sem causa médica clara (dores, fadiga crônica, problemas gastrointestinais)
    • Sensação de ineficácia ou fracasso, mesmo quando se esforça

    Importante: esses sintomas devem ser persistentes e estar claramente relacionados ao contexto de trabalho ou sobrecarga acadêmica, não a qualquer outra condição de base.


    É diferente de depressão ou ansiedade?

    Sim. O burnout tem um vínculo claro com o contexto ocupacional.
    A depressão, por exemplo, é um transtorno de humor que afeta todas as áreas da vida e não depende necessariamente de um fator externo, como o trabalho.

    Por isso, o diagnóstico diferencial é essencial e deve ser feito por um profissional de saúde mental qualificado (psicólogo ou psiquiatra).

    Outro ponto: o burnout não está listado como transtorno no DSM-5. Logo, falar em “ter burnout” não significa ter um diagnóstico formal de transtorno mental, mas sim estar em um estado de esgotamento que precisa ser cuidado com seriedade.


    O que fazer se você se identifica?

    Antes de tudo, não se culpe. O burnout é um fenômeno que tem mais relação com o ambiente e as condições de trabalho ou estudo do que com uma suposta “fraqueza pessoal”.

    Se você percebe que está nesse estado, algumas ações podem ajudar:

    1. Procure ajuda profissional: acompanhamento psicológico é fundamental para lidar com o esgotamento emocional e reorganizar suas estratégias de enfrentamento.
    2. Reveja seu ritmo: quando possível, negocie prazos, diminua o volume de demandas e respeite seus limites.
    3. Busque espaços de recuperação emocional: momentos de descanso real, lazer e desconexão são essenciais.
    4. Converse com pessoas de confiança: o isolamento piora a situação (compartilhar o que você está vivendo ajuda).
    5. Não negligencie os sintomas físicos: corpo e mente estão conectados, e se seu corpo está gritando, é hora de ouvir.

    Um convite ao cuidado

    Burnout não é frescura, nem sinal de fracasso, é um alerta de que o seu corpo e a sua mente precisam de atenção.

    Por isso, neste post, mais do que trazer informações, meu convite é: olhe com carinho para você.
    Então se você sente que tem vivido um cansaço que não passa, que já não reconhece mais prazer no que faz, ou que seu limite foi ultrapassado, saiba que há caminhos e apoio possíveis.

    Você não precisa passar por isso sozinho(a),pois cuidar de si também é um ato de coragem!

  • Amor ideal x amor real: como equilibrar expectativa e realidade nos relacionamentos

    Amor ideal x amor real: como equilibrar expectativa e realidade nos relacionamentos

    Dia dos Namorados chegou e é difícil não se deparar com feeds e stories cheios de flores, declarações perfeitas e casais aparentemente “de filme”. E claro, é lindo ver demonstrações de carinho, mas tem um ponto que vale a reflexão: será que a gente não acaba, sem perceber, esperando do nosso relacionamento uma história que só existe na imaginação?

    Fazer essa pergunta é importante, porque um dos fatores que mais geram sofrimento nos relacionamentos não é a falta de amor, mas sim o conflito entre o que idealizamos e o que a vida real entrega.


    De onde vêm essas expectativas?

    Desde cedo somos bombardeados por narrativas sobre o que é um relacionamento “ideal”: os filmes românticos, as músicas, os contos de fadas, as postagens nas redes sociais… tudo alimenta uma ideia de que um relacionamento feliz é aquele onde:

    • não há conflitos,
    • tudo é reciprocamente compreendido sem precisar falar,
    • o parceiro sempre supre todas as nossas necessidades emocionais,
    • e o amor basta para resolver qualquer dificuldade.

    Mas na prática, não é bem assim.
    Relacionamentos REAIS são construídos com imperfeições, diferenças e, principalmente, muito diálogo e maturidade emocional.


    O perigo da idealização

    Quando idealizamos demais o relacionamento ou o parceiro, passamos a olhar para a relação com lentes irreais, gerando:

    • frustração constante: porque o outro nunca será perfeito;
    • cobranças excessivas: porque esperamos que o outro atenda expectativas que nem sempre verbalizamos;
    • desvalorização do que temos: porque ficamos comparando nosso relacionamento com histórias que não são reais, ou que mostram só o lado “editado” da relação (como muitas postagens no Dia dos Namorados, né?)

    Exemplo clássico: esperar que o parceiro “adivinhe” como estamos nos sentindo sem que a gente diga, ou querer que a relação esteja sempre em clima de romance e novidade , quando na realidade, a convivência envolve fases de rotina, cansaço e desafios.


    Amor real: imperfeito, mas construído com cuidado

    Amor real não é ausência de conflito, é a capacidade de atravessar os conflitos juntos, com respeito e disposição para ouvir e crescer.

    Amor real não é que o outro “complete” você, mas você ser inteiro(a) e encontrar alguém com quem compartilhar essa inteireza.

    Amor real não é feito só de momentos especiais e memoráveis, é feito do dia a dia, das pequenas escolhas de presença, paciência, escuta e parceria.


    Então como equilibrar expectativa e realidade?

    • Reconheça as idealizações: pergunte-se se o que você espera do relacionamento é real ou foi construído por influências externas.
    • Comunique suas necessidades: ninguém tem obrigação de adivinhar o que você espera ou sente (por mais que a gente queira, mas as pessoas ainda não tem esse super poder, né?)
    • Valorize o que existe de concreto: olhe para as qualidades do seu parceiro e da relação como ela é, e não como você gostaria que fosse.
    • Aceite a imperfeição: amar alguém de verdade também é aceitar suas limitações e aprender a lidar com as próprias.
    • Construa o relacionamento a dois: idealizar sozinha(o) gera distância, mas construir juntos gera vínculo.


    No fim das contas…

    Não existe relação perfeita. mas existe relação construída com respeito, diálogo e escolhas diárias.

    Neste Dia dos Namorados, que tal olhar com mais carinho para o que você e seu parceiro(a) já constroem no mundo real? E acredite, isso vale muito mais do que qualquer ideia de amor de filme…