Quantas vezes você já deixou de tentar algo por medo de não dar certo? Se pegou revisando mil vezes uma tarefa por medo de parecer “incompetente”? Ou até mesmo se comparando com os outros, sentindo que “não está pronto o suficiente”?
A insegurança e o medo de errar fazem parte da vida, especialmente quando estamos em formação, aprendendo, descobrindo nossos caminhos e ainda tentando entender quem somos no meio disso tudo.
Mas até que ponto isso é normal? E quando começa a nos paralisar?
Insegurança: uma companheira comum (e até necessária)
Em algum nível, sentir insegurança é natural.
É o nosso jeito interno de dizer: “isso importa pra mim”, e também é o sinal de que estamos diante de algo que desafia nossas habilidades atuais, seja uma apresentação, uma nova responsabilidade, uma escolha difícil.
E tudo bem.
Especialmente durante a formação acadêmica, profissional (ou até emocional), é esperado que existam dúvidas, receios e aquela sensação de “será que dou conta?”.
Afinal, como confiar em algo que ainda estamos aprendendo a fazer?
O medo de errar também é normal (mas precisa ser dosado)
Errar é parte do processo de qualquer aprendizagem… Mas nem sempre fomos ensinados assim, né?
Muita gente cresceu em ambientes onde o erro era punido, motivo de vergonha ou crítica. Por isso, mesmo depois de adultos, podemos carregar:
- autocrítica exagerada (“como fui burro de esquecer isso!”),
- perfeccionismo paralisante (“só vou fazer se for 100% certo”),
- ou medo de julgamento, que nos faz evitar situações novas.
Mas o medo de errar também pode ser um alerta do nosso sistema nervoso tentando nos proteger da exposição, do risco ou da rejeição (é humano).
O impacto no dia a dia
Quando a insegurança e o medo de errar se tornam constantes, eles podem afetar diversas áreas da vida:
- No trabalho ou nos estudos: procrastinação, bloqueios, evitar assumir responsabilidades ou não pedir ajuda por medo de parecer fraco.
- Nas relações pessoais: dificuldade de se posicionar, medo de dizer o que pensa ou ceder demais para ser aceito.
- Na autoestima: sensação constante de insuficiência, mesmo se esforçando muito.
- Na saúde mental: ansiedade, insônia, cansaço emocional e crises de autoconfiança.
Ou seja: um sentimento comum pode acabar tomando proporções maiores se não for observado com carinho.
Mas até onde é normal sentir isso?
É importante dizer: sentir insegurança e medo não é sinal de fraqueza, é um sinal de humanidade.
Mas quando essas sensações começam a:
- te impedir de tentar,
- afetar sua qualidade de vida,
- fazer você duvidar de si o tempo todo,
- gerar sintomas físicos ou emocionais intensos (como crises de ansiedade, insônia, sensação de paralisia),
… então vale parar e olhar com mais atenção.
Isso pode ser sinal de que a autocrítica está exagerada, ou de que experiências antigas ainda estão influenciando suas ações hoje.
E sim, buscar apoio psicológico nesse momento pode ser uma opção para quebrar esses ciclos e resgatar sua confiança.
No fim das contas…
Você não precisa estar 100% seguro de tudo pra agir, não precisa ter certeza pra começar e nem precisa ser perfeito pra ser digno de tentar.
A segurança não aparece de repente, ela se constrói com tentativas, erros, acertos e coragem.
E se for difícil fazer isso sozinho, tudo bem. O processo de crescer envolve também saber pedir ajuda quando necessário, e isso é força, não fraqueza.