Dia: 22 de julho de 2025

  • Síndrome do Pânico: o que é, como se manifesta e o que a psicologia diz

    Síndrome do Pânico: o que é, como se manifesta e o que a psicologia diz

    Você já ouviu alguém dizer: “acho que tive um ataque de pânico”?
    Embora a expressão tenha se popularizado, a Síndrome do Pânico (ou Transtorno de Pânico) é uma condição psicológica real, séria e que merece atenção profissional.

    Neste post, vamos entender o que caracteriza essa síndrome de acordo com a psicologia e o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), como ela se manifesta, e quais são os caminhos possíveis para o tratamento.


    O que é a Síndrome do Pânico?

    A Síndrome do Pânico é o nome popular para o Transtorno de Pânico, um transtorno de ansiedade caracterizado por crises súbitas e recorrentes de medo ou mal-estar intensos, conhecidas como ataques de pânico.

    Esses episódios surgem de forma inesperada, sem uma causa externa clara, e geram sintomas físicos e emocionais tão intensos que muitas pessoas acreditam estar tendo um ataque cardíaco, um desmaio ou até morrendo.


    Como o DSM-5 define o Transtorno de Pânico?

    De acordo com o DSM-5 (APA, 2013), o Transtorno de Pânico é diagnosticado quando o indivíduo apresenta:

    • Ataques de pânico recorrentes e inesperados, acompanhados de pelo menos quatro dos seguintes sintomas:
    • Palpitações ou aceleração cardíaca
    • Sudorese
    • Tremores ou abalos
    • Sensações de falta de ar ou sufocamento
    • Dor ou desconforto torácico
    • Náusea ou desconforto abdominal
    • Tontura, instabilidade ou sensação de desmaio
    • Calafrios ou ondas de calor
    • Formigamento
    • Sensação de irrealidade (desrealização) ou de estar desligado de si mesmo (despersonalização)
    • Medo de perder o controle, “enlouquecer” ou morrer

    Além disso, após um ou mais ataques, é necessário que a pessoa apresente preocupação persistente com novas crises e/ou mudanças comportamentais significativas para evitá-las (ex: evitar sair de casa, lugares com muita gente, andar sozinho etc.).


    Como a Síndrome do Pânico se manifesta no dia a dia?

    O primeiro ataque costuma ser inesperado e traumático. Depois disso, muitas pessoas passam a:

    • Evitar locais onde tiveram uma crise
    • Sentir medo constante de “passar mal”
    • Desenvolver comportamentos de evitação (ex: parar de dirigir, sair sozinhas, usar transporte público)
    • Sentir-se inseguras longe de casa ou de alguém “de confiança”
    • Sofrer com a ansiedade antecipatória: o medo de ter medo

    Essas mudanças podem levar à restrição da vida social e funcional da pessoa, impactando profundamente sua qualidade de vida.


    O que causa o Transtorno de Pânico?

    Não existe uma única causa, mas sim uma combinação de fatores, como:

    • Predisposição genética (histórico familiar de transtornos ansiosos)
    • Estresse intenso ou traumático
    • Disfunções na regulação do sistema nervoso autônomo
    • Padrões de pensamento distorcidos e interpretação catastrófica de sensações corporais
    • Fatores de personalidade e história de vida

    Tratamento: qual o papel da psicologia?

    A psicoterapia é essencial no tratamento da Síndrome do Pânico, e entre as abordagens, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das que pode ajudar nisso.

    Na TCC, trabalha-se:

    • A identificação e reestruturação de pensamentos catastróficos
    • Técnicas de exposição gradual a situações evitadas
    • Estratégias de enfrentamento e relaxamento
    • Reinterpretação de sensações corporais (ex: taquicardia ≠ morte)

    Em alguns casos, a psicoterapia pode ser associada ao uso de medicação ansiolítica ou antidepressiva, sempre com acompanhamento de um médico psiquiatra. O psicólogo não prescreve medicamentos, mas pode orientar a busca por esse acompanhamento, quando necessário.


    A importância do acolhimento e da psicoeducação

    Muitas pessoas com Transtorno de Pânico demoram a buscar ajuda por vergonha, medo de julgamento ou por acreditarem que “é frescura”. Informar, acolher e desmistificar o transtorno é uma forma de romper esse ciclo.

    Se você ou alguém próximo enfrenta episódios como esses, saiba: não é exagero, não é fraqueza e não precisa ser enfrentado sozinho. Existe tratamento, e a recuperação é totalmente possível.


    Conclusão: pânico tem nome, causa e tratamento

    A Síndrome do Pânico é um transtorno real e diagnosticável, que precisa ser compreendido com seriedade. A boa notícia é que, com o tratamento adequado, é possível retomar o controle da vida e recuperar o bem-estar emocional.

    Buscar ajuda é o primeiro passo.
    Falar sobre saúde mental é uma forma de cuidar — de si e de quem está à sua volta.