Dia: 13 de junho de 2025

  • Burnout: quando o cansaço vai além do físico (o que é, sintomas e o que fazer)

    Burnout: quando o cansaço vai além do físico (o que é, sintomas e o que fazer)

    Cansaço. Irritabilidade. Falta de motivação. Sensação de que nada mais tem sentido.

    Se você tem se sentido assim de forma persistente, especialmente em função do trabalho ou da sobrecarga acadêmica, talvez não seja só um “cansaço normal”.

    Hoje vamos conversar um pouco sobre um tema que tem aparecido com frequência nas conversas sobre saúde mental: o burnout.
    Mas com cuidado e responsabilidade, porque nem tudo é burnout, e nem toda fadiga emocional precisa ser diagnosticada como tal., não é? Vamos entender juntos?


    O que é burnout?

    O burnout é um fenômeno ligado ao estresse crônico no trabalho ou em atividades de grande responsabilidade, que não foi bem manejado.

    Embora não seja considerado um transtorno mental no DSM-5, o burnout aparece como um fenômeno ocupacional relevante, reconhecido pela Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da Organização Mundial da Saúde (OMS).

    Ele é caracterizado por:

    • sentimentos de exaustão extrema,
    • distanciamento mental do trabalho,
    • e sensação de eficácia profissional reduzida.

    Ou seja, é um desgaste emocional, físico e mental que surge principalmente por contextos de trabalho ou estudos, quando as demandas são maiores do que a capacidade de enfrentamento e recuperação do indivíduo.


    Sintomas mais comuns

    Embora cada pessoa viva o burnout de um jeito, alguns sintomas são muito frequentes:

    • Exaustão física e emocional constante (sensação de que nem descansar resolve)
    • Perda de motivação e de interesse pelas atividades profissionais ou acadêmicas
    • Distanciamento emocional do trabalho (cinismo, indiferença, falta de envolvimento)
    • Dificuldade de concentração e memória
    • Irritabilidade aumentada ou sensação de estar “no limite” com frequência
    • Alterações no sono (insônia ou sono excessivo, mas não reparador)
    • Sintomas físicos sem causa médica clara (dores, fadiga crônica, problemas gastrointestinais)
    • Sensação de ineficácia ou fracasso, mesmo quando se esforça

    Importante: esses sintomas devem ser persistentes e estar claramente relacionados ao contexto de trabalho ou sobrecarga acadêmica, não a qualquer outra condição de base.


    É diferente de depressão ou ansiedade?

    Sim. O burnout tem um vínculo claro com o contexto ocupacional.
    A depressão, por exemplo, é um transtorno de humor que afeta todas as áreas da vida e não depende necessariamente de um fator externo, como o trabalho.

    Por isso, o diagnóstico diferencial é essencial e deve ser feito por um profissional de saúde mental qualificado (psicólogo ou psiquiatra).

    Outro ponto: o burnout não está listado como transtorno no DSM-5. Logo, falar em “ter burnout” não significa ter um diagnóstico formal de transtorno mental, mas sim estar em um estado de esgotamento que precisa ser cuidado com seriedade.


    O que fazer se você se identifica?

    Antes de tudo, não se culpe. O burnout é um fenômeno que tem mais relação com o ambiente e as condições de trabalho ou estudo do que com uma suposta “fraqueza pessoal”.

    Se você percebe que está nesse estado, algumas ações podem ajudar:

    1. Procure ajuda profissional: acompanhamento psicológico é fundamental para lidar com o esgotamento emocional e reorganizar suas estratégias de enfrentamento.
    2. Reveja seu ritmo: quando possível, negocie prazos, diminua o volume de demandas e respeite seus limites.
    3. Busque espaços de recuperação emocional: momentos de descanso real, lazer e desconexão são essenciais.
    4. Converse com pessoas de confiança: o isolamento piora a situação (compartilhar o que você está vivendo ajuda).
    5. Não negligencie os sintomas físicos: corpo e mente estão conectados, e se seu corpo está gritando, é hora de ouvir.

    Um convite ao cuidado

    Burnout não é frescura, nem sinal de fracasso, é um alerta de que o seu corpo e a sua mente precisam de atenção.

    Por isso, neste post, mais do que trazer informações, meu convite é: olhe com carinho para você.
    Então se você sente que tem vivido um cansaço que não passa, que já não reconhece mais prazer no que faz, ou que seu limite foi ultrapassado, saiba que há caminhos e apoio possíveis.

    Você não precisa passar por isso sozinho(a),pois cuidar de si também é um ato de coragem!