Dia dos Namorados chegou e é difícil não se deparar com feeds e stories cheios de flores, declarações perfeitas e casais aparentemente “de filme”. E claro, é lindo ver demonstrações de carinho, mas tem um ponto que vale a reflexão: será que a gente não acaba, sem perceber, esperando do nosso relacionamento uma história que só existe na imaginação?
Fazer essa pergunta é importante, porque um dos fatores que mais geram sofrimento nos relacionamentos não é a falta de amor, mas sim o conflito entre o que idealizamos e o que a vida real entrega.
De onde vêm essas expectativas?
Desde cedo somos bombardeados por narrativas sobre o que é um relacionamento “ideal”: os filmes românticos, as músicas, os contos de fadas, as postagens nas redes sociais… tudo alimenta uma ideia de que um relacionamento feliz é aquele onde:
- não há conflitos,
- tudo é reciprocamente compreendido sem precisar falar,
- o parceiro sempre supre todas as nossas necessidades emocionais,
- e o amor basta para resolver qualquer dificuldade.
Mas na prática, não é bem assim.
Relacionamentos REAIS são construídos com imperfeições, diferenças e, principalmente, muito diálogo e maturidade emocional.
O perigo da idealização
Quando idealizamos demais o relacionamento ou o parceiro, passamos a olhar para a relação com lentes irreais, gerando:
- frustração constante: porque o outro nunca será perfeito;
- cobranças excessivas: porque esperamos que o outro atenda expectativas que nem sempre verbalizamos;
- desvalorização do que temos: porque ficamos comparando nosso relacionamento com histórias que não são reais, ou que mostram só o lado “editado” da relação (como muitas postagens no Dia dos Namorados, né?)
Exemplo clássico: esperar que o parceiro “adivinhe” como estamos nos sentindo sem que a gente diga, ou querer que a relação esteja sempre em clima de romance e novidade , quando na realidade, a convivência envolve fases de rotina, cansaço e desafios.
Amor real: imperfeito, mas construído com cuidado
Amor real não é ausência de conflito, é a capacidade de atravessar os conflitos juntos, com respeito e disposição para ouvir e crescer.
Amor real não é que o outro “complete” você, mas você ser inteiro(a) e encontrar alguém com quem compartilhar essa inteireza.
Amor real não é feito só de momentos especiais e memoráveis, é feito do dia a dia, das pequenas escolhas de presença, paciência, escuta e parceria.
Então como equilibrar expectativa e realidade?
• Reconheça as idealizações: pergunte-se se o que você espera do relacionamento é real ou foi construído por influências externas.
• Comunique suas necessidades: ninguém tem obrigação de adivinhar o que você espera ou sente (por mais que a gente queira, mas as pessoas ainda não tem esse super poder, né?)
• Valorize o que existe de concreto: olhe para as qualidades do seu parceiro e da relação como ela é, e não como você gostaria que fosse.
• Aceite a imperfeição: amar alguém de verdade também é aceitar suas limitações e aprender a lidar com as próprias.
• Construa o relacionamento a dois: idealizar sozinha(o) gera distância, mas construir juntos gera vínculo.
No fim das contas…
Não existe relação perfeita. mas existe relação construída com respeito, diálogo e escolhas diárias.
Neste Dia dos Namorados, que tal olhar com mais carinho para o que você e seu parceiro(a) já constroem no mundo real? E acredite, isso vale muito mais do que qualquer ideia de amor de filme…